Os portugueses consumiram menos sal e açúcar entre 2018 e 2023 graças à assinatura de um protocolo entre a DGS e os representantes da indústria alimentar.
Os portugueses estão a consumir menos sal e menos açúcar, mas isso não significa que tenham mudado a alimentação. Esta redução nas quantidades é uma estimativa agora publicada pela Direção-Geral de Saúde (DGS) relativamente aos protocolos assinados com a indústria alimentar para a redução do sal e do açúcar.
Na verdade, o que aconteceu é que a indústria passou a incluir menos sal e açúcar na composição de vários alimentos, ao abrigo do protocolo que a DGS assinou, em maio de 2019, com a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) e a Federação das Indústrias Portuguesas Agro-Alimentares (FIPA) sem que isso signifique, necessariamente, uma mudança nos hábitos alimentares.
Segundo os números publicados agora, os portugueses conseguiram, durante o período entre 2018 e 2023, reduzir o consumo de sal em mais de 18 toneladas e de açúcar em mais de 7400 toneladas. A média de sal nos alimentos abrangidos desceu 14,8%, enquanto o teor de açúcar baixou 20,8%.
O protocolo contempla onze metas, das quais oito foram atingidas durante o período, refere o jornal Público. Entre os produtos contemplados pela redução de sal encontram-se as batatas fritas e outros snacks salgados, os cereais de pequeno-almoço, a sopa pré-embalada pronta a consumir, o pão e as refeições pré-embaladas prontas a consumir. Já no que diz respeito ao açúcar, o protocolo inclui os cereais de pequeno-almoço, os iogurtes, lo eite achocolatado, os os refrigerantes.
Protocolo abrange 80% dos porodutos de consumo
A ideia foi abrangir cerca de 56% das categorias de alimentos definidas no âmbito da redução do teor de sal e 33% das categorias de alimentos definidas no âmbito da redução do teor de açúcar, representando 80% dos produtos alimentares de consumo.
Maria João Gregório, diretora do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável (PNPA) diz, em declarações ao jornal Público, que esta redução é também o resultado de diferentes medidas”, como o imposto sobre as bebidas açucaradas e o uso de sistemas de rotulagem nutricional simplificada, que “a categoria dos lacticínios, dos iogurtes ou dos cereais de pequeno-almoço estão a adoptar voluntariamente”, e que “também são um incentivo à reformulação”.
O PNPA pede agora um segundo protocolo, com metas mais ambiciosas e uma redução ainda mais acentuada no sal e no açúcar, que possa incluir também alimentos como o queijo e a charcutaria.