Primeira-ministra britânica multiplica esforços à procura de "plano B" para o Brexit, mas oposição denuncia diálogo de fachada. Theresa May começou a receber dirigentes da oposição ainda na quarta-feira, nada mais sobreviver à moção de censura avançada pelos trabalhistas
A primeira-ministra britânica multiplica esforços à procura de um "plano B" e de um consenso sobre o Brexit, mas a oposição denuncia um diálogo de fachada.
Theresa May começou a receber dirigentes da oposição ainda na quarta-feira, nada mais sobreviver à moção de censura avançada pelos trabalhistas, depois do seu plano original para o Brexit ter sido rejeitado no Parlamento.
O líder do Labour, Jeremy Corbyn, deixou clara a posição para participar nas discussões:
"Digo novamente à primeira-ministra: estou disposto a dialogar. Mas o ponto de partida de qualquer discussão sobre o Brexit deve ser a eliminação da ameaça de um desastroso resultado sem acordo. Essa hipótese deve ser retirada da mesa, para podermos falar do futuro dos planos que vamos propôr e da futura relação com a Europa. Mas por favor tire da mesa a possibilidade de uma saída sem acordo, primeira-ministra!"
O chefe negociador da União Europeia para o Brexit, Michel Barnier, disse, em Lisboa, que "são necessárias decisões e não tempos adicionais", numa alusão a um eventual atraso na saída do Reino Unido, agendada para 29 de março, mas deixou claro que há flexibilidade por parte do bloco:
"As linhas vermelhas são as do Reino Unido, não nossas, e com essas linhas eles fecham portas. Se essas linhas vermelhas se moverem, como já disse, nós também nos moveremos, de forma imediata."
Em território britânico, multiplicam-se também os apelos a um novo referendo à saída do bloco comunitário, uma hipótese que o líder trabalhista deixou entender que poderia apoiar, na falta de espaço de manobra para o diálogo.
A mais recente sondagem da YouGov revela que 56 por cento dos eleitores britânicos votariam agora para ficar na UE.