Covid-19 em África: OMS alerta para o pior cenário possível

Aeroporto internacional O.R. Tambo , em Joanesburgo, África do Sul
Aeroporto internacional O.R. Tambo , em Joanesburgo, África do Sul Direitos de autor AP Photo/Denis Farrell
De  Neusa Silva
Partilhe esta notíciaComentários
Partilhe esta notíciaClose Button
Copiar/colar o link embed do vídeo:Copy to clipboardCopied

O maior desafio para os países africanos será travar a contaminação nos mercados superlotados, onde a maioria das transações se fazem feitas em dinheiro

PUBLICIDADE

O director geral da OMS Tedros Ghebreyesus dirigiu recentemente um alerta aos países Africanos, chamando a atenção para o facto de se ter registado em outros países, uma aceleração depois de um certo número de ocorrências.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde a pandemia de Covid-19 está a ter uma evolução extremamente rápida no continente Africano. Trinta e quatro dos cinquenta e quatro estados africanos registaram casos positivos e em todo continente já se contabilizam pelo menos 650 casos confirmados de infeções pelo vírus Covid-19

O Egito, a África do Sul, a Argélia, o Marrocos, o Senegal e Burkina Faso lideram a tabela dos países com maior número de casos de infeção confirmados.

O primeiro caso em países lusófonos em África foi registado está quinta-feira em Cabo Verde. Moçambique e Angola e mesmo outros países da África anglófona continuam a reforçar os seus planos de contingência com o envolvimento direto dos próprios presidentes.

No Ruanda por exemplo, presidente Paul Kagame, decretou o cancelamento de todos os voos comerciais durante um mês, e gravou mesmo um vídeo a explicar como lavar as mãos, aderindo assim a campanha lançada pela OMS #SafeHands para promover o poder das Mãos Limpas.

Em Angola o presidente João Lourenço dirigiu-se a nação para sensibilizar e mobilizar a população para aderirem as medidas orientadas pelo executivo

João Lourenço decretou o encerramento das fronteiras marítimas, terrestres e Aéreas, com exceção para o desembarque de navios de carga, o cancelamento das atividades letivas e internamento coercivo dos cidadãos de risco que violarem a quarentena obrigatória.

A Euronews foi ouvir as reações de nacionais e estrangeiros

Dalva Ringolte Allen especialista em finanças públicas diz que vários cenários se adivinham, e um deles é a questão ligada ao abastecimento alimentar.

Já Sandro de Sousa empresário português com negócios em Angola, apanhado pela obrigação de quarentena em Portugal e o fecho de fronteiras decretado por Luanda, optou por gerir a sua empresa em Angola a partir di país natal por teleconferência.

Na África do Sul onde já se contabilizam mais de 130 casos confirmados, o presidente Ciryl Ramaphosa decretou restrições a entrada de cidadãos provenientes de países de risco e na noite desta quinta-feira, em conferência de imprensa, o Ministro da Saúde Zweli Mkhize disse que é possível que 60% a 70% da população Sul africana possa vir a ser infetada.

No Burkina Faso já se registam 33 casos confirmados de infeção e uma morte. As autoridades locais afirmam que a primeira morte confirmada é de uma cidadã diabética com 62 anos, portanto no grupo considerado de alto risco

No Quénia agora com sete casos confirmados de Covid-19, as autoridades vêm-se a braços com o desafio de sensibilizar o mercado informal. O problema que o Quénia atravessa no momento é o mesmo de muitos países africanos, onde os setores informais movimentam grande parte das economias.

A Questão é como travar a contaminação em espaços super lotados, onde a maioria das transações são feitas em notas que também servem como meio de transmissão do vírus.

Partilhe esta notíciaComentários

Notícias relacionadas

África soma 913 pessoas recuperadas da Covid-19 e quase 500 mortos

África tem mais de 4800 casos ativos da COVID-19

Primeiro caso de covid-19 na África subsaariana