Itália prepara-se para acompanhar Portugal no regresso à escola

A próxima segunda-feira marca o regresso à escola em Portugal, Grécia e Itália, três países com regras bem específicas contra a pandemia.
Enquanto na Grécia é o uso obrigatório de máscara que está a levantar mais atrito, com alguns país a ameaçar mandar os filhos para a escola sem a proteção facial, em Portugal e Itália são as questões do distanciamento exigido que estão a provocar alguma controvérsia.
A ministra da Educação de Itália garantiu esta sexta-feira que o país está pronto para retomar as aulas presenciais e deixou uma garantia.
A Euronews foi conhecer as medidas que estão a ser implementadas em Itália, numa visita ao Insituto privado Pio IX.
Uso obrigatório de máscara, lavar as mãos regularmente e desinfeta-las com gel, medir a temperatura e manter distâncias são as medidas que testemunhámos estarem a ser preparadas nesta escola religiosa privada de Roma, onde o problema do espaço não parece ser um problema.
"Demo-nos conta de que nas salas entravam 23 secretárias sem problemas. Afastamo-las um metro umas das outras. Aliás, em algumas salas, até dois metros de distância", contou-nos Andrea Biondi, o diretor do Instituto Pio IX.
Foram ainda "colocados alguns autocolantes no chão". "Sabemos que os alunos são um pouco inquietos e estão sempre a movimentar as secretárias. Assim, podem voltar a colocar as mesas nas posições corretas", explicou-nos Andrea Biondi.
Antes de entrarem nas salas de aula, os alunos do Instituto Pio IX têm de respeitar a sinalética colocada no solo e seguir certas orientações.
O correspondente da Euronews em Roma acompanhou o diretor da escola no trajeto pelos corredores a caminho de uma sala. Como se fossem condutores numa estrada, há que respeitar direções, sinais de "Stop" e de sentido proibido colados no chão.
Pelo menos em sete das 20 regiões de Itália, algumas escolas vão começar uma semana mais tarde que o previsto devido a dificuldades logísticas para respeitar as medidas exigidas pelas autoridades de saúde. Seja pela falta de espaço, de secretárias ou até a falta de professores e de dinheiro.
"O que para nós foi mais difícil foi a parte económica. Não recebemos ainda qualquer ajuda financeira do estado. Sabemos que já foram libertados fundos para estas novas medidas, mas ainda não recebemos nada e temos algumas dificuldades desse ponto de vista", admite Andrea Biondi.
Tal como vai acontecer em Portugal e na Grécia, em Itália, milhares de alunos e professores vão ser colocados segunda-feira na linha da frente de uma nova batalha contra a pandemia.
Cabe-lhes evitar que as escolas se tornem em fontes de novos surtos de Covid-19.
"Será um primeiro dia diferente de todos os outros. Juntos, professores e alunos vão tentar que tudo corra pelo melhor", perspetiva Luca Palamara, o correspondente da Euronews em Roma.