Presidente cubano acusa EUA de financiarem manifestações

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Direitos de autor Ismael Francisco/Copyright 2021. The Associated Press. All rights reserved
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De  Nara Madeira com AP, AFP
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Autoridades cubanas acusam os EUA de financiarem as manifestações antigovernamentais ocorridas no domingo em várias cidades.

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As autoridades cubanas acusam os EUA de financiarem as manifestações, que ocorreram no domingo, em várias cidades de Cuba. O presidente do país, Miguel Diaz-Canel, afirmou que o objetivo é desestabilizar e acusa Washington de praticar uma "política de asfixia económica para provocar a agitação social no país".

Enquanto as ruas de Havana eram patrulhadas pela polícia - no rescaldo dos protestos mais expressivos desde o chamado "maleconazo" de Agosto de 1994 - os ministros reuniam-se de urgência e a cúpula do partido comunista também, neste caso, com a presença do antigo presidente Raúl Castro, de 90 anos, e do atual chefe de Estado.

Cuba, um país de 11,2 milhões de habitantes, enfrenta a pior crise económica dos últimos 30 anos, falta eletricidade, alimentos e medicamentos e a crise pandémica está a agravar-se.

Uma cubana, Claudia Gonzalez, entrevistada na rua dizia não entender, que não lhe parece lógico que a polícia esteja a apoiar o que está a acontecer porque não há comida, não há nada. "Dói porque há pessoas necessitadas", desabafava, acrescentando que "o presidente tem comida, tem arroz, azeite, mas que há trabalhadores que não têm nada".

As reações internacionais

Enquanto Washington e a União Europeia - através do seu chefe da diplomacia, Josep Borrell - apelavam a que se ouvisse a voz dos manifestantes, o presidente cubano garantia que o governo está a tentar "ultrapassar" as dificuldades agravadas pelas sanções dos EUA.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, afirmava que "seria um grave erro para o regime cubano interpretar o que está a acontecer, em dezenas de cidades e vilas em toda a ilha, como o resultado ou o produto de algo que os Estados Unidos fizeram".

Já o presidente norte-americano apelava ao regime cubano para _"em vez de enriquecer, ouvir o seu povo e responder às suas necessidades. (...) _Estamos ao lado do povo cubano e do seu claro apelo à liberdade", afirmava Joe Biden.

Também a ONU apelava, na segunda-feira, para que Cuba respeite a liberdade de expressão e de reunião pacífica.

O México e a Rússia, aliados de longa data de Cuba, alertavam para a utilização da agitação social como um pretexto para a interferência estrangeira. Na Venezuela o presidente Nicolás Maduro afirmava que "se o governo dos EUA e a oposição extremista, também em Cuba, querem realmente aliviar e ajudar" os cubanos, "devem levantar, imediatamente,  todas as sanções e o bloqueio contra o povo de Cuba".  

Cubanos nas ruas

Milhares de cubanos manifestaram-se no domingo contra o governo em várias cidades do país. Dezenas de pessoas acabaram detidas. Houve também confrontos, e não só com a polícia, depois de Diaz-Canel ter exortado os seus apoiantes a saírem para a rua. Houve mesmo jornalistas que foram agredidos.

As manifestações aconteceram também nas comunidades cubanas espalhadas pelo mundo.

Editor de vídeo • Nara Madeira

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