Portugal retoma voos com Moçambique com imposição de testes anticovid e quarentena

O Governo português vai levantar o bloqueio imposto a 29 de novembro aos voos regulares de Moçambique rumo a Lisboa. Mas há três condições para poder viajar para Portugal.
A medida tinha sido tomada por causa do aparecimento na África do Sul da Ómicron, a variante de preocupação do vírus SARS-CoV-2, a causa da Covid-19.
"Estamos a preparar a alteração do despacho que o vai permitir, sendo certo que manteremos estes três cuidados para os quais pedimos a compreensão de todos: exigência de teste negativo à Covid para embarcar; a realização de um novo teste já em Portugal no desembarque; e também a realização de quarentena", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, à RTP.
O anúncio de Augusto Santos Silva sucede à oposição manifestada quinta-feira pelo primeiro-ministro à restrição dos voos.
António Costa descreveu mesmo como "inaceitável" a suspenso das ligações entre Maputo e Lisboa "porque a situação não o justifica", dando como exemplo os voos humanitários.
"Não somos favoráveis nem julgamos que seja uma medida eficaz a restrição de voos", afirmou o chefe do Governo, defendendo que "o teste é a forma mais eficaz de detetar pessoas infetadas", mesmo, sublinhou, as que estão "assintomáticas".
Portugal, entretanto, anunciou esta sexta-feira mais 3.742 infeções diagnosticadas em 24 horas e o registo de mais 16 mortes no quadro do SARS-CoV-2.
O boletim epidemiológico da Direção-geral de Saúde (DGS) regista 947 "doentes covid" internados, são menos 14 camas ocupadas face a quinta-feira, cinco delas libertadas também nos cuidados intensivos, onde se mantém 137 internados.
Os dados existentes sobre a nova VdP, identificada primeiro na África do Sul a 19 de novembro, sugerem que a Ómicron pode ser mais transmissível que todas as estirpes anteriores, mas tem-se revelado menos grave em termos da infeção.
A larga maioria dos casos são de pessoas com sintomas ligeiros ou assintomáticas, sendo a maior incidência de reinfeções outro aspeto preocupante e que está a motivar também a corrida ao reforço do processo primário de vacinação, algo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz não ser necessário.