Portugal retoma voos com Moçambique com imposição de testes anticovid e quarentena

Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal
Augusto Santos Silva, ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal Direitos de autor AP Photo/Pavel Golovkin, Arquivo
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De  Francisco Marques
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Ministro dos Negócios Estrangeiros diz estar a ser preparado o despacho que vai permitir relançar as viagens que tinham sido suspensas a 29 de novembro. Mas há três condições para viajar

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O Governo português vai levantar o bloqueio imposto a 29 de novembro aos voos regulares de Moçambique rumo a Lisboa. Mas há três condições para poder viajar para Portugal.

A medida tinha sido tomada por causa do aparecimento na África do Sul da Ómicron, a variante de preocupação do vírus SARS-CoV-2, a causa da Covid-19.

"Estamos a preparar a alteração do despacho que o vai permitir, sendo certo que manteremos estes três cuidados para os quais pedimos a compreensão de todos: exigência de teste negativo à Covid para embarcar; a realização de um novo teste já em Portugal no desembarque; e também a realização de quarentena", afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros, à RTP.

O anúncio de Augusto Santos Silva sucede à oposição manifestada quinta-feira pelo primeiro-ministro à restrição dos voos.

António Costa descreveu mesmo como "inaceitável" a suspenso das ligações entre Maputo e Lisboa "porque a situação não o justifica", dando como exemplo os voos humanitários.

"Não somos favoráveis nem julgamos que seja uma medida eficaz a restrição de voos", afirmou o chefe do Governo, defendendo que "o teste é a forma mais eficaz de detetar pessoas infetadas", mesmo, sublinhou, as que estão "assintomáticas".

A União Europeia deve ir ajustando as medidas adotadas à evolução do conhecimento
António Costa
Primeiro-ministro de Portugal

Portugal, entretanto, anunciou esta sexta-feira mais 3.742 infeções diagnosticadas em 24 horas e o registo de mais 16 mortes no quadro do SARS-CoV-2.

O boletim epidemiológico da Direção-geral de Saúde (DGS) regista 947 "doentes covid" internados, são menos 14 camas ocupadas face a quinta-feira, cinco delas libertadas também nos cuidados intensivos, onde se mantém 137 internados.

Os dados existentes sobre a nova VdP, identificada primeiro na África do Sul a 19 de novembro, sugerem que a Ómicron pode ser mais transmissível que todas as estirpes anteriores, mas tem-se revelado menos grave em termos da infeção.

A larga maioria dos casos são de pessoas com sintomas ligeiros ou assintomáticas, sendo a maior incidência de reinfeções outro aspeto preocupante e que está a motivar também a corrida ao reforço do processo primário de vacinação, algo que a Organização Mundial de Saúde (OMS) diz não ser necessário.

A pandemia de SARS-CoV-2

O surto deste coronavírus, denominado SARS-CoV-2 e que provoca a doença Covid-19, terá surgido em dezembro de 2019, num mercado de rua de Wuhan, embora alguns estudos admitam que o vírus já estivesse presente há mais tempo naquela cidade chinesa.

O primeiro alerta endereçado à Organização Mundial de Saúde aconteceu a 31 de dezembro referindo o caso de uma pneumonia desconhecida. O primeiro registo na Europa surgiu a 24 de janeiro, em França, quatro dias depois da confirmação do vírus nos Estados Unidos.

Médicos em França sugerem, entretanto, ter assistido o primeiro paciente no país com Covid-19 a 27 de dezembro depois de repetirem em abril as análises de exames a antigos doentes com sintomas suspeitos da nova doença.

De acordo com os registos oficiais, a pandemia entrou em África, pelo Egito, a 15 de fevereiro, e dez dias depois chegou à América do Sul, pelo Brasil. A pandemia bloqueou a maior parte do mundo desde meados de março de 2020.

Dois anos depois e com a pandemia ainda ativa, há mais de 268 milhões de infeções diagnosticadas e de 5,3 milhões de mortos.

A vacinação contra a Covid-19 começou em dezembro de 2020, continua a diferentes velocidades por todo o mundo, mas há diversos países já a inocular pessoas com uma terceira dose de reforços de vacinas inicialmente desenvolvidas para serem eficazes apenas com duas doses.

Portugal foi o primeiro país do mundo a vacinar 85% da respetiva população residente e já tem praticamente 90% com o processo pelo menos iniciado.

Outras fontes • RTP

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