Acordo entre Chéquia e Polónia permite manutenção de "mina da discóridia"

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Direitos de autor Turów mine
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De  Magdalena Chodownik
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A mina de carvão está na origem de uma contenda entre os dois países, mas acordo garante que vai continuar. Para gáudio de uns e descontentamento de outros.

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Ao fim de uma longa disputa, a Polónia e a Chéquia assinaram um acordo de cooperação sobre a limitação do impacto ambiental da mina de carvão de Turów. A parte checa deve receber 45 milhões de euros de compensação e retirar a queixa que fez no Tribunal de Justiça Europeu. A exploração mineira no local irá continuar. A UE irá supervisionar a implementação do acordo por um período de cinco anos.

Bogumił Tyszkiewicz, do sindicato dos mineiros, está contente: "Estamos muito felizes, porque isto vai resultar na estabilização do nosso negócio e agora podemos olhar para o futuro e trabalhar com confiança. Se a mina e a central elétrica deixarem de funcionar, haverá aqui um vazio económico. Até agora, não temos um plano económico para o futuro, que substitua a energia".

Até agora, não temos um plano económico que substitua a energia
Bogumił Tyszkiewicz
Sindicato dos mineiros da mina de Turów

O acordo prevê a construção de uma barreira que impeça o escoamento das águas subterrâneas, um aterro, mais controlo ambiental e um fundo para projectos locais. No entanto, alguns residentes checos têm dúvidas.

Zuzka Pechova, residente em Uhelna, perto da mina de carvão de Turów, do lado checo, e é ativista ambiental: "Há uma mistura de sentimentos, primeiro a raiva, depois a tristeza. Já sabemos que há pontos no contrato que não garantem, por exemplo, os recursos de água subterrânea da nossa aldeia, e o contrato não garante que o lado polaco ajude na questão causada pela exploração mineira na mina de carvão de Turów", diz.

Ambientalistas contestam

Ambientalistas polacos como **Radosław Gawlik, **presidente da Associação Ecológica EKO-UNIA, também são críticos em relação ao acordo: "Pagámos 500 milhões de zlótis (cerca de 111,3 milhões de euros) por um acordo que não nos dá qualquer garantia de deixar o carvão, nem a utilização do dinheiro da União Europeia para o Fundo de Transição para descarbonização. É uma vitória de Pirro para o primeiro-ministro", diz.

Pagámos 500 milhões de zlótis (111,3 milhões de euros) por um acordo que não nos dá garantias de deixar o carvão.
Radosław Gawlik
Presidente da Associação Ecológica EKO-UNIA

Apesar da assinatura do acordo, a Comissão Europeia afirmou que as multas diárias sobre a Polónia continuariam a aumentar até que a República Checa desista da ação em tribunal. O governo checo diz que o fará assim que a Polónia pagar a indemnização. No entanto, até à data, não foi recebido qualquer dinheiro da Polónia.

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