Líder do Congresso norte-americano está no território disputado pela China, apesar das ameaças de Pequim.
A líder do Congresso norte-americano, Nancy Pelosi, reafirmou o apoio dos Estados Unidos da América (EUA) a Taiwan. Apesar das ameaças da China, que desde logo se opôs à passagem da presidente da Câmara dos Representantes pelo território disputado por Pequim, Pelosi aterrou na ilha esta terça-feira à noite. Já no gabinete presidencial, afirmou que a delegação norte-americana "veio a Taiwan para deixar inequivocamente claro que não vamos abandonar Taiwan".
Pelosi garantiu ainda que a solidariedade norte-americana para com Taiwan é "crucial" e disse haver "apoio bilateral para Taiwan nos EUA" e que "a determinação dos EUA em preservar a democracia em Taiwan e no resto do mundo continua a ser férrea".
Escalada de tensões entre China e Taiwan
As palavras da Democrata vão de encontro à política chinesa de território único. O país vê a ilha como uma província separatista e lançou já uma série de operações militares para reclamar o domínio sobre Taipé.
Outros exercícios estão reservados para os próximos dias, mas Pequim vai mais longe: convocou o embaixador norte-americano para avisar que a visita de Pelosi terá um preço a pagar e há ainda sanções económicas a caminho.
Taiwan respondeu, esta quarta-feira. De acordo com o ministério da Defesa, o território vai reagir às manifestações militares da China e aumentou já o nível de alerta de segurança em redor da ilha.
Pelosi, entretanto condecorada pela presidente taiwanesa, é uma crítica de longa data da violação de direitos humanos por Pequim e a mais alta representante política norte-americana a visitar Taiwan, nas últimas décadas.
Dentro de casa, a iniciativa valeu à líder do Congresso vários elogios da oposição republicana, mas, em Washington, tem causado alguns constrangimentos. O presidente Joe Biden disse já que não apoiava a visita de Pelosi, mas que respeitava a sua decisão,deixando a Casa Branca a tentar conter os danos da visita da Democrata e a colocar água na fervura de uma eventual crise internacional e escalada de tensões.