Legislativas em Itália: extrema-direita reafirma oposição de "amor" contra governo de Draghi

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De  Giorgia Orlandi & Euronews
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Giorgia Meloni, líder dos Irmãos de Itália, aproveitou o último comício antes das eleições deste domingo, para se demarcar do executivo de coligação que governou o país durante a pandemia de covid-19.

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Perante uma multidão animada, em Roma, os líderes da extrema-direita italiana cumprimentam apoiantes e tentam convencer os derradeiros indecisos. No último comício partidário antes de o país ser chamado às urnas, a estratégia dos Irmãos de Itália passou por demarcar o partido da esquerda, tal como frisou, esta quinta-feira, a líder, Giorgia Meloni.

"Obrigada por mostrarem a todos que, para nós, a política é amor e não ódio. É verdade e não mentira. É uma missão ao serviço dos cidadãos e não uma cruzada contra os nossos adversários. Essa é a diferença fundamental entre nós e a esquerda", disse, do púlpito, a dirigente política, durante o seu discurso.

Para muitos dos eleitores, a decisão de Meloni ter excluído o seu partido de extrema-direita do governo de coligação encabeçado por Mario Draghi, foi a mais acertada.

"Ela tem mais carisma, é a mais séria de todos e nunca mudou de causas", defende um participante no comício, com uma das bandeiras da campanha na mão.

E nem as raízes neofascistas do partido parecem incomodar os presentes.

"Ter medo de quê? Do fascismo? Isso não existe, porque se existisse eu não votaria nela. Talvez [tenham medo] por ela não ser facilmente manipulável pelos grandes poderes", returque uma eleitora.

"Nunca fomos contra a Europa"

Para os especialistas políticos, o apoio aos Irmãos de Itália tem vindo a aumentar, graças à mensagem clara e direta da líder.

E o voto na extrema-direita, assegura Andrea Ungari, professor universitário de Teoria e História dos Partidos Políticos e Movimentos, vem de vários setores da sociedade.

"Os seus eleitores incluem pessoas descontentes com a situação atual. Há também os que não concordaram com as políticas anti-covid e que não aprovaram nem a liderança de Draghi, nem a dos governos anteriores", afirma.

O cenário de uma eventual saída de Itália da União Europeia é também afastado pelo próprio partido, acusado de euroceticismo.

"Dentro do grupo conservador, a nossa posição tem sido por vezes mais "eurocrítica" do que - como muitos lhe chamaram - "eurocética". Nunca fomos contra a Europa mas achamos que a Europa, em algumas situações importantes, cometeu erros. Mesmo enquanto Presidente do partido Reformista e Conservador Europeu, Giorgia Meloni sempre foi clara. Ela quer permanecer nas instituições europeias para alterar algumas regras de forma a defender - quando necessário e como outros países o fazem - os interesses do nosso país", diz à Euronews Raffaele Fitto, copresidente do grupo Reformista e Conservador no Parlamento Europeu e membro dos Irmãos de Itália.

Com o embargo às sondagens, a duas semanas da ida às urnas, o resultado destas eleições é ainda imprevisível, tendo em conta o número de indecisos

Apesar de as últimas projeções darem uma clara liderança à coligação de direita, muitas pessoas decidem em quem votar no último minuto. E aí a afluência às urnas será crucial, tanto para o resultado final, como para determinar o futuro papel de cada partido político no parlamento.

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