Donald Trump denuncia perseguição política também no caso da invasão do Capitólio

Donald Trump num ato de campanha em Elks Lodge, esta terça-feira
Donald Trump num ato de campanha em Elks Lodge, esta terça-feira Direitos de autor AP Photo/Charlie Neibergall
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De  Francisco Marques
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Ex-presidente revela ter recebido carta do Departamento de Justiça a convida-lo a depor perante o Grande Júri. Pode ser o terceiro julgamento criminal a abrir-se este ano para Trump

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Donald Trump revela ser "um ALVO" de acusação formal no âmbito da investigação federal à invasão do Capitólio, em Washington, a 6 de janeiro de 2021, por apoiantes que contestavam os resultados das eleições que colocaram Joe Biden na Casa Branca.

A confirma-se, será o terceiro julgamento criminal que poderá abrir-se este ano contra o ex-presidente dos Estados Unidos e assumido recandidato à Casa Branca, já em campanha. O visado, os republicanos e até o principal rival à nomeação eleitoral denunciam perseguição política.

"Agora, o procurador-geral de Joe Biden, Merrick Garland, que eu recusei para o Supremo Tribunal dos Estados Uidos, juntamente com o Departamento de 'Injustiça' de Joe Biden, emitiram efetivamente uma terceira acusação e detenção do oponente político número um de Joe Biden", que o está a dominar por completo na corrida à Presidencia", escreveu Trump.

O ex-presidente dos Estados Unidos da América fez a publicação na respetiva rede social, a Truth Social", na qual antecipou o convite para uma "apresentação diante de um grande júri" num "muito curto" prazo de "quatro dias".

A "Truth Social" foi lançada há ano e meio para dar voz ao ex-Presidente Trump, que tinha sido silenciado no Twitter, e é liderada pelo luso descendente Devin Nunes, um conhecido fiel apoiante do agora de novo candidato à presidência e grande favorito à nomeação republicana.

A publicação de Trump revelava a receção "no domingo à noite" de uma carta enviada pelo "perturbado Jack Smith, o procurador especial do Departamento de Justiça de Joe Biden", a trata-lo como "alvo" e a convida-lo a depor perante o grande júri até quinta-feira, uma opção dada a suspeitos na fase final de investigações, mas que muitos recusam, e que Trump entende como sendo uma "detenção e acusação".

As reações políticas no Congresso foram as esperadas.

"Apreciamos o trabalho do Departamento da Justiça e o seu empenho em apurar os factos e responsabilizar as pessoas", afirmou o representante democrata da Califórnia, Pete Aguilar.

A representante republicana da Georgia, Marjorie Taylor Greene, disse que "o povo Americano vai ficar furioso". "O que Jack Smith está a fazer é o governo ao ataque. O que está fazer é tornar o Departamento de Justiça numa arma contra Donald Trump", disse a opositora de Joe Biden.

Ron DeSAntis, o principal rival de Trump à nomeação republicana para as presidenciais de novembro de 2024, tinha previsto uma ato de relançamento da campanha para esta terça-feira, acabou por ser ofuscado pela revelação de Trump, mas mesmo assim não deixou de seguir a linha do partido.

"Olhamos para as instituições, infelizmente, como o nosso FBI ou o Departamento de Justiça, e vemos a politização destas instituições. Vemos como estão a ser usadas como armas contra os americanos", afirmou, antes de se referir depois à implicação de Trump na invasão do capitólio, que considera não poder ser criminalizada.

Trump devia ter-se manifestado com mais determinação (sobre a invasão), claro, mas tentar criminalizar isto é uma questão completamente diferente.
Ron DeSantis
Governador da Flórida e candidato republicano à Presidência

Se Trump for de facto notificado, será a terceira acusação formal a ser enfrentada este ano pelo ex-Presidente e candidato às presidenciais de 2024 já em campanha.

Em junho, foram conhecidas as quase 40 acusações de violação da Lei de Espionagem, pelo alegado desvio de documentos classificados que viriam a ser encontrados na residência de Trump, na Florida.

Dois meses antes, foram revelados os mais de 30 crimes financeiros relacionados com o suposto pagamento pelo silêncio de uma atriz de filmes pornográficos, Stormy Daniels, num caso com julgamento marcado para março, mas que a equipa de defesa de Trump espera conseguir adiara para depois das presidenciais, em novembro.

Trump está ainda implicado num processo civil por fraude fiscal e bancária, juntamente com dois filhos, Donald Jr. e Eric, em que o ex-presidente não poderá ser condenado à prisão, mas no qual a procuradora-geral de Nova Iorque, Letitia James, pretende impedi-lo de voltar a fazer negócios no ramo imobiliário.

Outras fontes • AP, Guardian, AFP

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