UE teme reforço da extrema-direita nas eleições do próximo domingo em Espanha
A presidência rotativa do Conselho da União Europeia deveria ter sido a cereja no topo do bolo do mandato de Pedro Sánchez como primeiro-ministro de Espanha.
Mas o fracasso do seu partido nas eleições autárquicas acabou por obrigar o chefe do governo a convocar legislativas antecipadas.
Manuel de la Fuente, sociólogo, especialista em assuntos públicos, Harmon Consulting:"É verdade que, do ponto de vista das instituições europeias, a convocação de eleições a 23 de julho foi como um banho de água fria."
O escrutínio será seguido de perto em Bruxelas, não só o frente-a-frente entre os socialistas de Pedro Sánchez e o Partido Popular de Nuñez Feijóo mas também, e com particular preocupação, o resultado da extrema-direita do Vox e a sua eventual entrada num governo de coligação.
Manuel de la Fuente:"Isso pode, de certa forma, gerar algum alarme nalguns dos equilíbrios que existem atualmente em Bruxelas. Dito isto, é verdade que os dois maiores partidos, o Partido Popular e o Partido Socialista, deixaram de fora da campanha eleitoral tudo o que tem a ver com Bruxelas e a União Europeia. Ou seja, parecem estar de acordo, há harmonia."
Em cima da mesa, estão acordos europeus tão importantes como a política migratória ou a transição ecológica.
Manuel de la Fuente:"Há um discurso com evocações negacionistas que estão muito bem para tentar fazer um exercício de populismo eleitoral mas que, do ponto de vista das políticas, são inaplicáveis. Noutras matérias, como o debate sobre a migração, penso que o Partido Popular faria mal em tentar fazer concessões em questões que são bastante sensíveis."
Jaime Velázquez, Euronews:"Sem maiorias absolutas à vista, as últimas sondagens sugerem que a liderança do governo em Espanha será decidida por um punhado de lugares no próximo domingo, 23 de julho. Espera-se uma noite de nervosismo... Inclusivamente em Bruxelas."