Israel intensificou os ataques a Gaza após incursão surpresa do Hamas. Número de mortos, dos dois lados, supera os 1000, são na maioria israelitas.
As forças de defesa israelitas intensificaram, no domingo, as operações contra os combatentes do Hamas, no sul do país, na sequência dos ataques surpresa de sábado.
Pelo menos 600 pessoas morreram na incursão a Israel e mais de 2.000 ficaram feridas, de acordo com os média locais. Há décadas que o país não assistia a uma tragédia semelhante.
O primeiro-ministro israelita afirmava, também este domingo, que o Gabinete de Segurança declarou, oficialmente, que o país "está em guerra". Benjamin Netanyahu referia que esta decisão autoriza, formalmente, "a tomada de medidas militares significativas".
Do outro lado, em Gaza, contabilizam-se mais de 300 mortos e cerca de 2.000 feridos. Dados oficiais.
O exército israelita lançou uma nova vaga de bombardeamentos por toda a Faixa de Gaza, destruindo vários edifícios, foram atingido mais de 400 alvos, dizem as Forças Armadas. Edifícios residenciais foram arrasados, mas não só. Um alto dirigente do Hamas foi morto nos ataques.
As Forças de Defesa de Israel anunciavam, este domingo à noite, que a unidade Shayetet 13 da Marinha deteve o vice-comandante da divisão sul da força naval do Hamas em Gaza, Muhammad Abu Ghali.
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina avançava que mais de 20.000 palestinianos deixaram Gaza e foram para o interior do território e que muitos estão refugiados em escolas geridas pela ONU.
No domingo, foi realizado o funeral de um jovem de 19 anos morto pelas tropas israelitas durante confrontos perto da cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
O embaixador palestiniano na ONU, Riad Mansur, instou Israel a pôr termo à violência em Gaza e a abordar "as raízes" do conflito que se transformou numa nova guerra, após os ataques de sábado. Não houve qualquer condenação à ofensiva do Hamas.
O ataque do Hamas - o mais mortífero contra Israel em décadas - suscitou fortes condenações, e declarações de apoio ao direito de auto-defesa de Israel, por parte dos EUA e de outros países aliados de Telavive.
Mas muitos palestinianos, que vivem fora de Gaza, viram esta operação surpresa como um sinal de esperança, numa altura em que a autodeterminação parecia, sobretudo, uma miragem.