Javier Milei eleito com 56% dos votos na segunda volta das eleições. O admirador de Donald Trump promete "reconstruir" o país
Uma vitória impossível de imaginar no início deste ano. Javier Milei, o candidato da extrema-direita, vai ser o próximo presidente da Argentina.
Aos 53 anos, o homem que entrou na corrida sem qualquer favoritismo, ganhou a segunda volta das eleições com 56% dos votos - mais 12 pontos que o candidato da continuidade, o peronista Sérgio Massa.
Milei, confesso admirador de Donald Trump, fala em "mudança histórica" para a Argentina. Já recebeu as felicitações do antigo presidente dos Estados Unidos. Também o ex-chefe de Estado brasileiro Jair Bolsonaro esteve entre os primeiros a felicitar o líder populista.
Sergio Massa aceitou a derrota muito antes de todos os votos estarem contados. Apesar de uma inflação anual acima dos 140% e de quase metade da população viver em pobreza, o ainda ministro da Economia teve 44% dos votos
Não é claro se Massa manté a pasta no governo do presidente cessante Alberto Fernández até à tomada de posse do novo chefe de Estado, a 10 de dezembro.
Milei prometeu uma série de reformas bastante radicais, incluindo a dolarização da economia argentina e a abolição do Banco Central.
Os apoiantes festejaram a noite de domingo à porta da sede de Milei, no centro de Buenos Aires. Agitavam as duas bandeiras argentinas e a bandeira amarela de Gadsden, com as palavras " Não me pise", um símbolo do ultranacionalismo nos EUA e que o movimento de Milei adoptou como sua.
Ao tirar o poder do partido peronista de Massa, que dominou a política argentina durante décadas, a vitória de Milei representa uma mudança de paradigma político no país. É o primeiro outsider a chegar à presidência e consideravelmente mais à direita do que qualquer um que tenha ocupado o cargo anteriormente.