Agricultores prometem bloquear porto e autoestradas na Catalunha, depois de uma semana de protestos em Espanha. Manifestações continuam na Moldávia e Polónia.
Os protestos dos agricultores continuam em vários países da Europa. Apesar de alguns governos já terem anunciado medidas de apoio ao sector, em Espanha, por exemplo, as "tractoradas" - marchas lentas de tratores - continuam a bloquear estradas e as manifestações seguem pelo sétimo dia consecutivo.
Várias regiões estão a ser afetadas pelos bloqueios dos agricultores, que pedem mudanças nas políticas europeias e apoios perante a seca e a subida dos custos de produção.
"Nos últimos dois anos, tivemos perdas, por exemplo, de 40% com os cereais", disse à AP um agricultor espanhol que tem participado nos protestos.
Segundo o El País, os protestos dos agricultores em Espanha poderão ter esta terça-feira o ponto alto na Catalunha: após uma semana de marchas lentas e de uma "tractorada" que, na terça-feira passada, tomou as principais vias de Barcelona, os agricultores deverão agora mover-se para bloquear estruturas chave na região, nomeadamente o porto de Tarragona, o mercado de frutas e legumes que abastece Barcelona ou a AP-7, também conhecida como a autoestrada do Mediterrâneo, que faz toda a costa espanhola, desde Algeciras, no sul de Espanha, até junto da fronteira com a França.
Os Mossos d'Esquadra têm prevista forte presença policial no terreno, ainda que, até agora, todos os protestos tenham sido pacíficos.
Além de Espanha, as manifestações mais significativas dos últimos dias registaram-se também na Moldávia, onde os agricultores bloquearam uma autoestrada que liga o país à Roménia. A principal associação do sector reclama mais subsídios estatais para aliviar as perdas dos últimos dois anos, garantido que, sem apoios, não haverá colheitas na primavera.
Na Polónia, na mais recente ação de protesto, os agricultores espalharam cereais ucranianos pela estrada, queixando-se dos chamados corredores solidários estabelecidos para facilitar as exportações da Ucrânia, depois de a Rússia ter invadido o país. Muitos dos cereais ucranianos acabaram por ser escoados a preços mais baixos no vizinho mercado polaco, fazendo descer os preços da produção local e descer a procura.