Na região de Zaporíjia, ucranianos estão a ser obrigados a poupar as já poucas munições de que dispõem. Oficiais no terreno alertam que soldados estão a pagar "com a vida" o atraso no envio de mais armas.
O exército da Ucrânia está a enfrentar uma grave escassez de munições que representa uma séria ameaça à posição das forças de Kiev ao longo de uma linha da frente que se estende por 1000 quilómetros.
As dificuldades não estão apenas na zona leste do país, onde há poucos dias as tropas ucranianas perderam o controlo da cidade de Avdiivka, na região de Donetsk, já dominada em quase 60% pela Rússia, que tem intensificado os ataques nas últimas semanas.
Em Zaporíjia, os soldados chegam a conter esforços de guerra para não esvaziar a curta reserva de munições. O comandante de artilharia Oleksander revela que já se absteve de atacar um veículo blindado russo: "Se não houver alvos reais, não disparo. Assim, amanhã teremos mais munições".
A quantidade muito reduzida de munições é um grande problema, mas não é o único. Em algumas zonas da linha da frente, as forças ucranianas ainda recorrem a artilharia obsoleta e ineficaz dos tempos da União Soviética.
Além disso, algumas baterias de artilhariam chegam a ser usados no campo de batalha com somente 10% do abastecimento de que precisam.
Os militares estão preocupados com a ausência do pacote financeiro dos Estados Unidos, lembrando que o atraso e diminuição da ajuda externa estão a ser pagos com a vida dos soldados.