Quem está a favor da adesão sueca à Aliança Atlântica defende a capacidade de defesa reforçada face a possíveis ataques da Rússia. Os que se opõem à decisão do governo de Estocolmo dizem que foi tomada de forma antidemocrática, sem referendo.
A bandeira sueca já foi hasteada em frente à sede da NATO em Bruxelas, tornando a aliança militar um clube oficial com 32 membros.
Durante mais de dois séculos, a Suécia foi um país neutro e foi com esse estatuto que viveu as duas guerras mundiais e a Guerra Fria. Agora, enfrentará o futuro como parte da maior aliança militar do mundo.
O caminho da Suécia rumo à NATO começou pouco depois da invasão russa da Ucrânia mas, ao contrário do que aconteceu com a Finlândia, Estocolmo entrou num labirinto diplomático com a Turquia e a Hungria.
Embora a neutralidade militar faça parte da identidade e da cultura suecas, dois terços dos cidadãos apoiam atualmente a decisão do governo de Estocolmo de se juntar à Aliança Atlântica.
Magnus Peterson, professor de relações internacionais da Universidade de Estocolmo, afirma que a adesão da Suécia à NATO começou imediatamente após o fim da Guerra Fria quando, no âmbito da Parceria para a Paz, o país nórdico começou a participar nas operações e treinos da Aliança. Mas agora há muito mais responsabilidades.
"Vamos sentar-nos à mesa onde as decisões são tomadas e, na verdade, tomar as decisões com os outros aliados. E, claro, há o Artigo 5, as garantias de segurança mútuas", explica Petersson. Até porque os suecos ainda têm na memória o ano de 1981, quando o conflito diplomático entre Estocolmo e Moscovo durou 11 dias, precisamente por causa de um submarino soviético com armas nucleares.
Os defensores da adesão explicam que a NATO foi uma questão importante nas últimas eleições e que quem é contra teve oportunidade para rejeitar a ideia. Há também a sensação de que a pertença à NATO reforça a capacidade de defesa perante um eventual ataque russo.
Os que são contra a adesão salientam que uma decisão importante foi tomada de forma antidemocrática, sem um referendo.