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Líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, assassinado em Teerão

Ismail Haniyeh foi assassinado em Teerão
Ismail Haniyeh foi assassinado em Teerão Direitos de autor Hassan Ammar/Copyright 2021 The AP. All rights reserved.
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De  Euronews
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Artigo publicado originalmente em inglês

O dirigente terá sido morto depois de ter assistido à cerimónia de tomada de posse do novo presidente iraniano.

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O líder do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado em Teerão, informou esta quarta-feira a Guarda Revolucionária do Irão, que promete uma retaliação contra Israel: "Este crime do regime sionista terá uma resposta dura e dolorosa da poderosa e grande frente da Resistência, especialmente do Irão islâmico", disse a Guarda Revolucionária num comunicado.

O ataque que resultou na morte de Haniyeh não foi reivindicado, ainda que Israel tenha prometido matar Haniyeh e outros líderes do Hamas por causa do ataque a Israel, a 7 de outubro, que matou 1200 pessoas e fez cerca de 250 reféns.

Haniyeh esteve em Teerão para assistir à cerimónia de tomada de posse do presidente iraniano, Masoud Pezeshkian, na terça-feira. O Irão não deu pormenores sobre a forma como Haniyeh foi morto e a Guarda Revolucionária confirmou apenas que o ataque estava a ser investigado.

Em comunicado, o Hamas confirmou que Hanieyh fora morto num "ataque israelita à sua residência em Teerão".

"Este assassinato do irmão Haniyeh pela ocupação israelita é uma grave escalada que visa quebrar a vontade do Hamas e a vontade do nosso povo e atingir objetivos falsos", disse Sami Abu Zuhri, alto dirigente do Hamas, à agência Reuters.

Wasel Abu Yousef, membro do Comité Executivo da OLP, afirmou: "A vontade do povo palestiniano não será quebrada porque estes assassinatos e este precioso sangue palestiniano continuarão a ser o combustível para a continuação da batalha contra a ocupação pela liberdade e independência".

Israel: "Ataque cirúrgico"

As forças israelitas não fizeram até ao momento quaisquer comentários, o que é comum, sobretudo quando se trata de homicídios levados a cabo pela Mossad (serviços secretos). O gabinete de imprensa do governo israelita limitou-se a divulgar, nas redes sociais, uma foto de Haniyeh com a informação de que o líder do Hamas foi morto "num ataque cirúrgico", sem precisar se o ataque partiu das forças armadas de Israel ou da Mossad. O post nas redes foi depois eliminado.

Conhecem-se, por agora, poucos pormenores sobre o ataque que provocou a morte de Haniyeh. Segundo a imprensa iraniana, citada pelo The Guardian, o edifício onde dormia o líder do Hamas, uma residência para veteranos de guerra em Teerão, foi atingido pelas duas da manhã, hora local, por um "projétil aéreo". A imprensa local acrescenta que "estão em curso investigações para determinar os detalhes desta operação terrorista".

Segundo a Guarda Revolucionária iraniana, Haniyeh foi atacado juntamente com um guarda-costas iraniano.

Haniyeh deixou a Faixa de Gaza em 2019 e vivia no exílio no Catar. O principal dirigente do Hamas em Gaza é Yehya Sinwar, que planeou o ataque de 7 de outubro.

Em abril, um ataque aéreo israelita em Gaza matou três dos filhos de Haniyehe quatro dos seus netos.

Numa entrevista concedida na altura à Al Jazeera, Haniyeh afirmou que as mortes não iriam pressionar o Hamas a suavizar as suas posições no âmbito das negociações de cessar-fogo em curso com Israel.

A morte de Haniyeh ocorre depois de Israel ter efetuado um raro ataque a Beirute, que terá matado Fouad Shukur, um dos principais comandantes militares do Hezbollah. O Hezbollah não confirmou a morte de Shukur no ataque, que também matou pelo menos uma mulher e duas crianças e feriu dezenas de pessoas.

O ataque ocorreu no meio de uma escalada de hostilidades com o grupo militante libanês. Os EUA também acusam Shukur de ter planeado e lançado o mortífero atentado contra os fuzileiros navais na capital libanesa em 1983.

Irão diz ter dever de vingar morte de Haniyeh

As autoridades iranianas já vieram dizer entretanto que é "dever de Teerão" vingar a morte de Haniyeh, porque ocorreu na capital do país. O líder supremo iraniano, o ayatollah Ali Khamenei, disse ainda que Israel está sujeito a uma "dura punição" e o recém-empossado presidente Masoud Pezeshkian garantiu que o Irão vai defender a sua integridade territorial, dignidade, honra e orgulho e que "fará com que os terroristas ocupantes se arrependam do seu ato cobarde". O Irão decretou três dias de luto nacional pela morte de Haniyeh.

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Segundo o Times of Israel, o funeral de Haniyeh vai realizar-se na sexta-feira em Doha, capital do Catar.

Blinken: "Nada deve afastar importância de um cessar-fogo"

O assassínio do líder político do Hamas foi condenado pelo presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, avança a agência palestiniana Wafa, que acrescenta que as fações palestinianas e islâmicas pediram manifestações em resposta à morte de Haniyeh.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que "nada deve afastar a importância de alcançar um cessar-fogo, que é tanto do interesse dos reféns, que têm de ser trazidos para casa, como dos palestinianos, que estão a sofrer terrivelmente todos os dias; crianças, mulheres, homens em Gaza que foram apanhados neste fogo cruzado criado pelo Hamas", disse Blinken.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China defendeu em comunicado que a morte de Haniyeh poderá "levar a maior instabilidade regional". A diplomacia do Catar, onde vivia atualmente o líder político do Hamas, considerou a morte de Hanieyh um "assassínio vergonhoso" e acrescentou que o ataque em Teerão fora uma "escalada perigosa e uma "violação flagrante da lei internacional e humanitária".

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A Turquia respondeu no mesmo sentido à morte do líder do Hamas, condenando o "vergonhoso assassínio em Teerão". Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco acrescentou que "este ataque também visa alargar a guerra de Gaza a uma dimensão regional".

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