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Youtube suspende conta do grupo 1143 por incentivo ao ódio

Manifestação de grupo de extrema-direita de Portugal
Manifestação de grupo de extrema-direita de Portugal Direitos de autor PTRTP via EBU.
Direitos de autor PTRTP via EBU.
De  João AzevedoEuronews
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Plataforma diz que não autoriza "qualquer conteúdo que promova violência ou incentive o ódio a pessoas com base em atributos como etnia ou condição de imigração". Mário Machado, líder do grupo português de extrema-direita, fala numa "campanha" que diz ser organizada pelo Bloco de Esquerda.

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O Youtube suspendeu a conta do grupo 1143 liderado por Mário Machado por entender que os vídeos partilhados pela organização portuguesa de extrema-direita promovem a violência e um discurso de ódio.

A decisão é tomada na sequência de uma investigação do jornal norte-americano New York Times, que contactou o Youtube para a realização de um artigo sobre a ligação entre o ódio propagado através da internet e episódios de violência na vida real, utilizando Portugal como exemplo.

A conta do grupo 1143 acabou por ser desativada depois das questões enviadas pelo New York Times ao Youtube, que afirma proibir "qualquer conteúdo que promova violência ou incentive o ódio a pessoas com base em atributos como etnia ou condição de imigração". “Estamos empenhados em remover o conteúdo o mais rápido possível”, acrescentou o Youtube, que, no primeiro trimestre de 2024,removeu mais de 157 mil vídeos a nível mundial por violarem as suas políticas contra o discurso de ódio.

As contas do grupo 1143 no X e no Telegram permanecem ativas.

Mário Machado fala em "campanha organizada" pelo BE

Mário Machado reagiu à suspensão na rede social X, acusando o Bloco de Esquerda de fazer uma "campanha" contra o grupo 1143.

"Estamos a ser alvo de uma campanha, uma espécie de intifada organizada pelo Bloco de Esquerda", afirmou Mário Machado num vídeo publicado no X, referindo que o partido quer proibir "as atividades completamente legais do 1143".

No mesmo vídeo, o líder do grupo nacionalista anunciou que está a ser organizada uma manifestação no próximo dia 5 de outubro em Guimarães.

"Temos de mostar a esta extrema-esquerda organizada e antidemocrática que não cedemos a pressões", afirmou Mário Machado, que, em maio deste ano, foi condenado a dois anos e dez meses de prisão efetiva por incitamento ao ódio e à violência.

O 1143 promoveu, no início de fevereiro deste ano, uma manifestação "contra a islamização da Europa", que estava marcada para o Martim Moniz, em Lisboa, mas que não foi autorizada pela Câmara da capital nem pelo Tribunal Administrativo. Os promotores da manifestação agendaram depois a manifestação para o Largo de Camões, também em Lisboa, sendo que o protesto acabou por acontecer neste último local por a PSP entender que preenchia "os requisitos previstos no atual quadro legal".

Governo está atento

O governo diz estar atento à atividade do grupo 1143, que está a ser investigado pelo DCIAP de Lisboa por propagação de discurso de ódio.

“Todo esse fenómeno é seguido pelos órgãos próprios, quer a nível disciplinar, quer a nível criminal. Portanto aguardamos a evolução de alguns processos que sabemos que estão pendentes”, afirmou a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

“Neste momento não poderei fazer mais declarações, a não ser dizer que estamos atentos”, complementou.

Dois irmãos que fazem parte do Grupo 1143 são os principais suspeitos de terem organizado três ataques a imigrantes no centro do Porto, no iníico de maio deste ano.

De acordo com o jornal Expresso, um dos irmãos foi detido em flagrante delito, ao transportar um bastão extensível. O grupo 1143 negou que os suspeitos estivessem ligados à organização.

Presença de norte a sul do país

Segundo o Jornal de Notícias, o grupo 1143 criou mais de 20 núcleos de norte a sul de Portugal nos últimos dois meses, em que glorifica ditaduras como as de Salazar ou Hitler, incentivando os membros a realizarem ações de rua contra imigrantes.

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De acordo com o JN, Mário Machado admite nos vários núcleos que há elementos da PSP e oficiais das Forças Armadas que fazem parte do 1143.

Na última terça-feira, o Bloco de Esquerda submeteu vários questões ao governo, para tentar saber, designadamente, o que será feito para desmantelar a organização e como o executivo vai identificar os elementos das forças de segurança que pertencem ao 1143.

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