Os mediadores deverão voltar a reunir-se na próxima semana, no Cairo, para selar um acordo que ponha fim aos combates.
Os mediadores das conversações para o cessar-fogo da guerra em Gaza disseram, esta sexta-feira, que estas já terminaram e que pretendem voltar a reunir-se no Cairo, na próxima semana, para selar um acordo que ponha fim aos combates.
Num comunicado enviado à imprensa, os Estados Unidos, o Egito e o Qatar indicaram que as conversações de dois dias foram construtivas e que foram conduzidas numa atmosfera positiva.
A diplomacia internacional intensificou-se esta sexta-feira com os ministros dos Negócios Estrangeiros britânico e francês a efetuarem uma viagem conjunta a Israel, de modo a evitar que a guerra em Gaza se transforme num conflito regional mais vasto. Enquanto David Lammy e Stéphane Séjourné viajavam, as conversações de cessar-fogo estavam a ser mediadas no Qatar.
“A caminho de 315 dias de guerra, chegou o momento de chegar a um acordo para que os reféns sejam devolvidos, para que a ajuda chegue a Gaza nas quantidades necessárias e para que os combates cessem”, afirmou Lammy.
Também Sejourné referiu que qualquer ação para desestabilizar as negociações "é inaceitável". Os ministros dos Negócios Estrangeiros britânico e francês disseram que este era um momento chave “porque poderia levar à paz ou à guerra”.
O novo impulso para pôr fim à guerra entre Israel e o Hamas surgiu numa altura em que o número de mortos palestinianos em Gaza ultrapassou os 40.000, segundo dados das autoridades sanitárias da Faixa de Gaza. Para além disto, prevalece o receio de que o Irão e os militantes do Hezbollah no Líbano ataquem Israel, na sequência do assassinato de líderes supremos.
Para os mediadores internacionais, a melhor solução para acalmar as tensões seria um acordo entre Israel e o Hamas, de modo a pôr termo aos combates e garantir a libertação dos reféns israelitas.
Cessar-fogo pode ser implementado antes de acordo final ser estabelecido
Entretanto, um funcionário dos Estados Unidos disse, esta sexta-feira, que os mediadores estão a preparar-se para implementar um cessar-fogo em Gaza e um acordo de troca de reféns para acabar com a guerra de 10 meses entre Israel e o Hamas antes de ser estabelecido um acordo final.
O funcionário, que falou aos jornalistas sob condição de anonimato, disse que a proposta atualmente em cima da mesa preenche todas as lacunas entre Israel e o Hamas.
Hamas acusa Israel de acrescentar novas exigências a acordo
O Hamas, que não participou diretamente nas conversações de quinta-feira, acusa Israel de acrescentar novas exigências a uma proposta anterior que tinha o apoio dos Estados Unidose da comunidade internacional, e com a qual o Hamas tinha concordado em princípio. Já Israel acusa o Hamas de acrescentar as suas próprias exigências.
A guerra entre Israel e o Hamas teve início a 7 de outubro de 2023, quando militantes liderados pelo grupo terrorista atravessaram a fronteira, e mataram cerca de 1200 pessoas e raptaram 250. Mais de 100 pessoas foram libertadas durante um cessar-fogo de uma semana, em novembro, e pensa-se que cerca de 110 ainda se encontram em Gaza, embora as autoridades israelitas acreditem que cerca de um terço delas estejam mortas.