UE sem conseguir dar contra-resposta à importação russa de artilharia

O governo da Ucrânia disse ter provas de que a Rússia utilizou mísseis da Coreia do Norte
O governo da Ucrânia disse ter provas de que a Rússia utilizou mísseis da Coreia do Norte Direitos de autor Vadim Ghirda/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
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De  Aida Sanchez AlonsoIsabel Marques da Silva
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Ataques massivos com mísseis russos têm sido a norma na Ucrânia nas últimas semanas. Apesar das sanções internacionais, a economia de guerra russa concentra todos os esforços numa intensa ofensiva e os aliados europeus da Ucrânia estão a ter dificuldade em dar resposta à altura.

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O governo da Alemanha pretende duplicar a ajuda militar à Ucrânia para oito mil milhões de euros, este ano, e o chanceler, Olaf Scholz, fez um forte apelo ao seus homólogos no mesmo sentido, esta segunda-feira, numa conferência de imprensa, em Berlim, ao lado do primieiro-ministro do Luxemburgo.

"A contribuição alemã, por muito importante que seja, não é suficiente para garantir a segurança da Ucrânia a longo prazo. Por isso, apelo aos nossos aliados na União Europeia (UE) para que, também, intensifiquem os seus esforços de apoio à Ucrânia. Em todo o caso, as entregas de armas à Ucrânia planeadas pela maioria dos Estados-membros da UE até à data são demasiado pequenas", disse Scholz.

Além disso, estão atrasadas as transferências de fundos já aprovados para a Ucrânia poder adquirir material de guerra. O tema deverá ser debatido na próxima cimeira da UE, a 1 de fevereiro, e os analistas dizem que há urgência.

Há ainda um problema mais profundo, que é o facto de esse equipamento, especialmente em termos de defesa aérea, estar a ser utilizado a um ritmo tal que está a esgotar os stocks ocidentais.
Ian Lesser
The German Marshall Fund of the US

"Existe a preocupação de que a Ucrânia esteja a ficar sem stocks essenciais de munições, que demoram muito tempo a reconstituir", explicou o analista Ian Lesser, do centro de estudos The German Marshall Fund of the US, em declarações à euronews.

"Há ainda um problema mais profundo, que é o facto de esse equipamento, especialmente em termos de defesa aérea, estar a ser utilizado a um ritmo tal que está a esgotar os stocks ocidentais. Os mísseis Patriot, por exemplo, custam entre dois a quatro milhões de dólares cada", acrescentou.

Importações russas da Coreia do Norte

O governo da Ucrânia disse ter provas de que, pela primeira vez na guerra, a Rússia utilizou mísseis provenientes da Coreia do Norte.

No passdo, o Kremlin recorreu a drones iranianos, pelo que o presidente Vladimir Putin tem dois fornecedorses de armas bem equipados para complementar a sua produção interna, algo muito criticado pela UE.

"Condenamos, obviamente, o fornecimento de armas estrangeiras à Rússia. Armas que depois são utilizadas para matar civis ucranianos ou atacar infra-estruturas civis ucranianas", afirmou Peter Stano, porta-voz da Comissão Europeia.

Tentar pôr termo à colaboração entre a Rússia e estes dois aliados não será fácil, já que os dois países não aderiram as sanções ocidentais e os contactos diplomáticos com o Ocidente são escassos.

Além do apoio financeuro ao nível militar, a UE pretende desenvolsar 50 mil milhões de euros, nos próximos três anos, para ajudar a economia civil ucraniana.

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