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"Reino Unido está de volta à cena europeia" e compromete-se restabelecer as relações com a UE

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à esquerda, é recebido pelo Primeiro-Ministro, Sir Keir Starmer, na cimeira da Comunidade Política Europeia no Palácio de Blenheim, a 18 de julho de 2024.
O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à esquerda, é recebido pelo Primeiro-Ministro, Sir Keir Starmer, na cimeira da Comunidade Política Europeia no Palácio de Blenheim, a 18 de julho de 2024. Direitos de autor Stefan Rousseau/PA via AP
Direitos de autor Stefan Rousseau/PA via AP
De  Alice TideyShona Murray
Publicado a Últimas notícias
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Artigo publicado originalmente em inglês

O novo Governo britânico, liderado pelos trabalhistas, prometeu melhorar as relações com a UE e está a ser estudada a possibilidade de uma cimeira entre as duas partes.

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"O Reino Unido está de volta à cena europeia" e vai atuar como "parte de boa fé", disse à Euronews o novo ministro das Relações com a União Europeia, Nick-Thomas Symonds.

"Vamos ser um governo que respeita o direito internacional, um governo que se mantém firme na cena mundial", adiantou o ministro.

Numa entrevista concedida à Euronews, Thomas Symonds também fala sobre Quadro de Windsor, acordado entre a Comissão e o Governo do Reino Unido em fevereiro de 2023 para resolver os desafios relacionados com a Irlanda do Norte, na sequência da saída do Reino Unido da UE. "O nosso compromisso é implementá-lo, e não estou a dizer que vamos estar sempre de acordo, mas seremos sempre uma parte de boa fé", acrescentou.

O ministro falou à Euronews a partir do Palácio de Blenheim, no sul de Inglaterra, onde decorreu na quinta-feira uma cimeira da Comunidade Política Europeia, com a presença de cerca de 50 líderes europeus.

O encontro foi a segunda ocasião em que o novo Governo trabalhista se reuniu com os principais parceiros desde que chegou ao poder com uma vitória esmagadora nas eleições de 4 de julho, pondo fim a 14 anos de liderança conservadora.

Embora a migração, a cooperação energética e a luta contra a interferência estrangeira fossem os temas oficiais da ordem de trabalhos, Londres indicou que esperava que a cimeira lhe permitisse "reiniciar" as relações com os parceiros europeus.

O primeiro-ministro Keir Starmer afirmou, no seu discurso de abertura aos líderes reunidos, que o Reino Unido "reforçará as relações atuais e construirá novas relações."

"Isto inclui o restabelecimento das nossas relações com a UE, porque acredito que o Reino Unido e a UE, trabalhando em conjunto como parceiros soberanos, são uma força poderosa para o bem em todo o nosso continente, para a paz, para a segurança, para a prosperidade, para todos os nossos povos", acrescentou.

Na semana passada, Starmer encontrou-se com o chanceler alemão Olaf Scholz e com o primeiro-ministro holandês Dick Schoof, à margem da cimeira da aliança militar da NATO em Washington. Reuniu-se também com o primeiro-ministro irlandês, Simon Harris, e com o Presidente francês, Emmanuel Macron, bem como com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, à margem da cimeira do CPE.

"O reset que queremos ter é, em primeiro lugar, de tom", disse Thomas-Symonds à Euronews. "Trata-se de construir uma nova parceria construtiva entre o Reino Unido e a UE que olhe para os desafios da década de 2020 e não para o passado".

"E o que queremos fazer é analisar uma série de áreas em que é realmente benéfico para a UE e o Reino Unido trabalharem juntos, especialmente quando vemos o quadro internacional muito ameaçador que existe", concluindo que "o Reino Unido está hoje de volta à cena europeia."

Charles Michel: "A mesma ambição por mais prosperidade"

De acordo com o Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, foi também levantada a hipótese de realizar uma cimeira entre a UE e o Reino Unido nos próximos meses. "Seria bom, se fosse possível no futuro, realizar uma cimeira bilateral para que possamos estabelecer um quadro claro de cooperação estratégica entre o Reino Unido e a UE", disse Charles Michel à Euronews.

"Estamos absolutamente convencidos de que, quando enfrentamos desafios globais tão difíceis e extraordinários, precisamos de cooperar muito mais. Precisamos de nos coordenar muito mais", alertou.

"E posso dizer-vos, porque represento a UE no G7, no G20, que podemos observar que, muito espontaneamente, o Reino Unido e a UE partilham a mesma ambição de mais prosperidade, de mais estabilidade", acrescentou.

O Reino Unido estaria interessado em estabelecer um pacto de defesa com a UE e em alterar o acordo veterinário e as liberdades dos artistas. A UE, por seu lado, gostaria de encontrar um terreno comum no que respeita à mobilidade dos jovens e aos direitos dos cidadãos.

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Um alto funcionário da UE disse, no início desta semana, que o bloco está "aberto a ver o que pode ser alcançado", mas apenas "desde que não questionemos o que foi acordado até agora", deixando claro que o bloco não permitirá que os tratados entre as duas partes sejam reabertos.

A organização de uma cimeira "será da responsabilidade da próxima equipa institucional", disse Charles Michel.

"Mas estou muito confiante que, do lado da UE, os Estados-Membros apoiem a ideia de preparar uma cimeira bilateral que possa ter lugar nos próximos meses", concluiu.

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