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Como são os gastos da Europa com a defesa face à pressão de Donald Trump?

Os EUA são o principal parceiro comercial de equipamento militar tanto da UE como dos principais países europeus, com exceção da França.
Os EUA são o principal parceiro comercial de equipamento militar tanto da UE como dos principais países europeus, com exceção da França. Direitos de autor  Euronews
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De Inês Trindade Pereira & video by Mert Can Yilmaz
Publicado a Últimas notícias
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A capacidade militar da Europa continua a depender fortemente dos Estados Unidos, ao passo que tanto a Rússia como a China avançaram substancialmente em termos de capacidade tecnológica e de produção.

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A cimeira da NATO terminou com o compromisso de gastar 5% do PIB na defesa, mas um relatório da Bruegel e do Instituto Kiel avisa que a Europa está longe de estar preparada para se defender, pelo menos até 2030, principalmente devido à dependência da produção e tecnologia do estrangeiro.

"A Europa precisa de mudar o debate político dos números fiscais para a capacidade militar real adquirida e fornecida, nos próximos anos", pode ler-se no relatório.

Neste momento, a Europa importa uma quantidade substancial de armas. As importações dos países da União Europeia aumentaram de cerca de 3,4 mil milhões de dólares (2,9 mil milhões de euros), no período entre 2019 e 2021, para 8,5 mil milhões de dólares (7,2 mil milhões de euros), entre 2022 e 2024.

Os Estados Unidos são o principal parceiro comercial de equipamento militar tanto para a União Europeia como para os principais países europeus, com exceção de França.

Por exemplo, cerca de 70% das compras não europeias da Polónia são feitas a empresas norte-americanas. Os restantes acordos são celebrados sobretudo com empresas sul-coreanas.

No entanto, o prazo médio de entrega de equipamento de defesa fabricado em países europeus - como a Alemanha, o Reino Unido e a Polónia - pode atingir os quatro anos.

A Europa também não tem algumas tecnologias militares de ponta, com prazos de desenvolvimento que muitas vezes se estendem por décadas e não apenas por alguns anos.

"Uma liderança tecnológica reduzida ou mesmo completamente ausente está a tornar-se uma preocupação crescente entre as forças armadas ocidentais e é particularmente um problema para a Europa", diz o relatório.

Desenvolvimento de novas tecnologias

As novas tecnologias do campo de batalha, como os drones e a inteligência artificial, podem ser capacidades complementares a uma força de combate.

Na atual invasão russa da Ucrânia, os drones são responsáveis por 60% a 70% dos danos causados ao equipamento russo, de acordo com o Royal United Services Institute, um grupo de reflexão sobre defesa e segurança do Reino Unido.

Por exemplo, o objetivo de produção de drones de visão na primeira pessoa (FPV na sigla inglesa) na Ucrânia para 2025 é de cerca de 4,5 milhões, enquanto o da Rússia se situa entre os 3 e os 4 milhões.

Na véspera da cimeira de líderes da NATO, em Haia, o presidente ucraniano afirmou que o setor da defesa do país tem capacidade para produzir muito mais do que atualmente, mas está limitado pela falta de financiamento.

"O nosso potencial de produção de defesa ultrapassou os 35 mil milhões de dólares (29 mil milhões de euros)", disse Volodymyr Zelenskyy no Fórum da Indústria de Defesa da NATO, com uma gama de mais de um milhar de tipos de armas produzidas no país, incluindo artilharia, veículos blindados, drones e mísseis.

"Mas cerca de 40% deste potencial carece de financiamento adequado. Isso é um problema. Por exemplo, podíamos produzir mais de 8 milhões de drones de diferentes tipos todos os anos, mas o financiamento apenas possibilita o fabrico de muito menos."

Para além da Ucrânia, os exércitos europeus parecem estar mais atrasados neste tipo de desenvolvimento do que os Estados Unidos.

Embora existam empresas europeias emergentes a fabricar drones, esta tecnologia está a evoluir rapidamente. Os drones com mais de seis meses podem ter uma redução significativa na eficácia.

Entretanto, tanto a Rússia como a China avançaram substancialmente em termos de capacidade tecnológica e de produção.

Editor de vídeo • Mert Can Yilmaz

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