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Consumidores de bebidas alcoólicas poderiam mudar hábitos se calorias fossem identificadas nos rótulos

Os visitantes levantam as suas canecas de cerveja na tenda Hofbraeuhaus após a abertura do famoso festival de cerveja bávaro "Oktoberfest" numa tenda de cerveja em Munique.
Os visitantes levantam as suas canecas de cerveja na tenda Hofbraeuhaus após a abertura do famoso festival de cerveja bávaro "Oktoberfest" numa tenda de cerveja em Munique. Direitos de autor AP Photo/Matthias Schrader, File
Direitos de autor AP Photo/Matthias Schrader, File
De  Lauren Chadwick
Publicado a
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Artigo publicado originalmente em inglês

Cerca de 54% dos consumidores de bebidas alcoólicas afirmaram, num inquérito, que alterariam os seus hábitos de consumo se as garrafas tivessem rótulos com indicação das calorias.

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De acordo com um novo inquérito, em Inglaterra, cerca de metade das pessoas que bebem "muito", afirmam que mudariam os seus hábitos se as bebidas alcoólicas tivessem rótulos com calorias.

A investigação, publicada na revista BMJ Open, incluiu respostas de mais de 4.600 pessoas a quem foi perguntado se mudariam os seus hábitos de consumo de álcool se fosse fornecida "informação sobre as calorias nas bebidas alcoólicas".

Com base num questionário validado sobre perturbações relacionadas com o consumo de álcool, cerca de 1/4 dos inquiridos não bebia, 78% eram consumidores de baixo risco e 22% eram consumidores de risco.

Os homens revelaram ser mais susceptíveis a consumir álcool do que as mulheres. E, apresentam maior probabilidade de se tornarem consumidores de risco.

Os investigadores descobriram que 54% dos consumidores mais pesados ou "perigosos" disseram que fariam alterações se fossem introduzidos rótulos com calorias.

De acordo com o inquérito, mais de um quarto dos consumidores mais intensos afirmaram que escolheriam bebidas com menos calorias, enquanto um em cada seis afirmou que beberia álcool com menos frequência.

Os resultados do inquérito sugerem que "a rotulagem pode ajudar a atingir os consumidores de maior risco, que obtêm uma maior proporção de calorias do álcool e que, consequentemente, têm maior probabilidade de ganhar peso em excesso", afirmou Andrew Steptoe, principal autor do estudo e diretor do departamento de investigação em ciências comportamentais e saúde da University College London (UCL), num comunicado.

"Embora as respostas ao inquérito não correspondam necessariamente ao comportamento, os resultados indicam que os rótulos podem desempenhar um papel útil na redução do consumo das calorias escondidas no álcool", acrescentou.

De um modo geral, cerca de 46% das pessoas que consomem álcool afirmaram que mudariam os seus hábitos se fosse introduzida a rotulagem das calorias.

Os investigadores também referiram várias limitações do estudo, incluindo a questão de se ter baseado na autoavaliação do consumo de álcool e de não haver informação sobre o peso corporal dos participantes. Também notaram que "o número de indivíduos que relataram níveis prejudiciais de consumo de álcool era pequeno".

É "improvável" que a rotulagem isolada reduza substancialmente os danos

Uma diretiva da União Europeia de 2011 exige a rotulagem nutricional dos alimentos e bebidas, mas as bebidas com mais de 1,2% de teor alcoólico estão isentas.

O recente plano europeu de luta contra o cancro afirma que a Comissão Europeia irá propor uma lista obrigatória de ingredientes e rótulos de declaração nutricional para as bebidas alcoólicas.

Katherine Severi, diretora executiva do Instituto de Estudos sobre o Álcool, afirmou, em comunicado enviado à Euronews Health, que a nova investigação "mostra que as pessoas querem saber as calorias do álcool que bebem e que isso pode ajudar a tomar decisões".

"O álcool está associado a mais de 200 problemas de saúde, incluindo cancro, doenças do fígado e hipertensão arterial, pelo que as pessoas têm o direito de saber o que estão a consumir. Só a rotulagem obrigatória o permitirá, e não a autorregulação da indústria", acrescentou.

Jamie Brown, coautor do estudo e professor de ciências do comportamento na UCL, afirmou que, apesar de os resultados serem "encorajadores, é pouco provável que a rotulagem das calorias do álcool, isoladamente, contribua para a estratégia do governo britânico de reduzir os danos causados pelo álcool e pela obesidade".

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"Poderá ter um papel positivo como parte de uma abordagem mais abrangente, incluindo a regulamentação da publicidade, disponibilidade, tributação e preço".

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