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Rede italiana financiava o Hamas: Nove detenções e oito milhões de euros apreendidos

Guardia di Finanza, imagem de arquivo
Guardia di Finanza, imagem de arquivo Direitos de autor  Luca Bruno/AP
Direitos de autor Luca Bruno/AP
De Euronews
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As autoridades italianas detiveram nove pessoas suspeitas de financiar o movimento palestiniano e, alegadamente, enviar o dinheiro recolhido para apoiar ataques terroristas. Foram igualmente apreendidos oito milhões de euros.

As autoridades italianas levaram a cabo uma importante operação coordenada pela Direção Distrital Antimáfia de Génova contra uma alegada célula terrorista ligada ao Hamas. A Polícia do Estado e a Guardia di Finanza aplicaram medidas cautelares contra nove suspeitos, todos sujeitos a prisão preventiva, e ordenaram a apreensão de bens num valor superior a oito milhões de euros.

A investigação, que partiu de denúncias de transações financeiras suspeitas, revelou um complexo sistema de triangulações monetárias internacionais.

Os investigadores acusam os suspeitos de fazerem parte e financiarem ativamente a organização Hamas. De acordo com a investigação, os fundos recolhidos não se destinavam apenas a fins humanitários, contrariamente ao que era anunciado à população que doava o dinheiro,mas eram utilizados para apoiar as atividades criminosas do movimento, incluindo ataques contra civis. Estima-se que cerca de sete milhões de euros tenham sido enviados para Gaza e para os Territórios Palestinianos para reforçar a estratégia armada do grupo.

Quem são os suspeitos da operação

No centro do esquema estão várias associações, incluindo a Associação Beneficente de Solidariedade com o Povo Palestiniano (ABSPP), com sede em Génova. Mohammad Hannoun, apontado como a figura de topo da célula italiana, terá gerido a angariação de fundos, desviando mais de 71% dos donativos para atividades diretamente controladas pela ala militar do Hamas. Para escapar aos controlos bancários internacionais, os suspeitos terão criado novas siglas, como a associação "Cúpula Dourada".

As actividades de investigação, que tiveram início após o atentado de 7 de outubro de 2023, beneficiaram da cooperação com as autoridades dos Países Baixos e de Israel, permitindo o acompanhamento dos fluxos financeiros e das comunicações intercetadas. Entre os destinatários diretos dos fundos encontravam-se figuras proeminentes como Osama Alisawi, antigo ministro do governo do Hamas em Gaza. O dinheiro era também utilizado para apoiar as famílias dos terroristas envolvidos em ataques suicidas, garantindo assim a continuidade logística e ideológica da estrutura criminosa.

As interceções telefónicas e a análise dos servidores apreendidos em Génova revelaram documentos que descrevem formação militar de jovens recrutas e glorificação dos "mártires". Alguns suspeitos foram identificados em fotografias que os mostram em equipamento de combate com as Brigadas Al Qassam. Estes elementos, segundo a acusação, confirmam a adesão ao programa terrorista e a coordenação constante com uma rede mais vasta que opera em toda a Europa.

"As investigações e os factos que delas resultaram não podem, de forma alguma, diminuir a importância dos crimes cometidos contra a população palestiniana após 7 de outubro de 2023, no decurso das operações militares levadas a cabo pelo Governo de Israel, para as quais se aguarda o julgamento do Tribunal Penal Internacional, a ser proferido em conformidade com o Estatuto de Roma, ratificado por 125 Estados-Membros, entre os quais, num papel de impulso e apoio, a Itália", escreve a Polícia do Estado italiano ao anunciar a operação.

As autoridades italianas acrescentam: "Ao mesmo tempo, tais crimes não podem justificar os actos de terrorismo (incluindo os de 7 de outubro de 2023) levados a cabo pelo Hamas e pelas organizações terroristas a ele ligadas em detrimento da população civil, nem constituem uma circunstância atenuante".

"Para a jurisprudência da legitimidade, de facto, os actos terroristas constituem condutas que, mesmo cometidas no contexto de conflitos armados, consistem em condutas violentas dirigidas contra a população civil, ainda que presentes em territórios que, à luz do direito internacional, devem ser considerados ilegitimamente ocupados", conclui a nota divulgada.

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