Governo de Merkel ameaçado por demissão no SPD

Andrea Nahles está de saída. Uma semana depois da histórica derrota nas eleições europeias, a líder dos social-democratas alemães demitiu-se da liderança do partido, pondo em causa a coligação de governo.
O Partido Social Democrata, ou o SPD, é um aliado, no executivo da CDU de Merkel. Juntos deveriam chegar até às próximas legislativas, em 2021.
Malu Dreyer, chefe do governo federal do Estado Renânia-Palatinado, faz parte da solução de liderança tripartida do partido, ao lado de Manuela Schwesig e Thorsten Schäfer-Gümbel.
"É uma posição difícil e séria para nós, mas o partido não está nem sem líder, nem sem liderança", garantiu Dreyer.
Caso o Partido Social Democrata abandone mais cedo o governo, a chanceler alemã terá de tomar uma das três opções: convocar eleições antecipadas, manter o governo com minoria parlamentar, ou procurar uma aliança política com os Verdes, ou com o Partido Democrático Liberal.
Merkel promete continuar mesmo após a renúncia da líder do SPD.
A atual líder da CDU, Annegret Kramp-Karrenbauer, reagiu às mudanças no partido da coligação. "Estamos dispostos a continuar esta coligação, queremos ser dignos de confiança e criar o futuro. Cabe ao SPD decidir o que fazer agora", afirmou.
A crise no SPD sofreu dois grandes golpes na última semana. Para além de passarem a terceira força política no Parlamento Europeu, atrás da CDU e dos Verdes, perderam o estado de Bremen nas eleições regionais, um bastião do partido desde a Segunda Guerra Mundial.