As estranhas eleições municipais francesas

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A segunda volta das eleições locais França decorrem já este domingo e desta vez, ao contrário do que sucedeu na primeira ronda, as autoridades estão preparadas com medidas de combate à propagação do coronavírus.

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Eleições municipais como não há memória em França. Três meses depois da primeira volta, no início da pandemia de coronavirus, esta assembleia de voto em Saint-Genis-Laval, perto de Lyon preparou-se para acolher os cerca de 14,500 eleitores para o desfecho eleitoral. Urnas confinadas, sinais de aviso, gel desinfetante - a proteção sanitária é grande.

"Em cada assembleia de voto, o presidente e os assessores vão ter máscaras cirúrgicas, o uso é obrigatório. Vão ter também viseiras e muito gel desinfetantes", explica Aurélien Javel, que faz parte da admnistração municipal.

Gel e também 10 000 máscaras, dois terços das quais financiadas pelo Estado. Na primeira volta em março, o governo tomou a decisão não adiar. Desta vez, as eleições também vão adiante, mas com as medidas de proteção adequadas. Mas ainda são precisos ajustamentos. "Tivemos que lidar com o facto de nalgumas assembleias de voto, os presidentes e os assessores serem idosos e terem algumas patologias, por isso tivemos que arranjar voluntários para gerir as assembleias de voto", continuar Aurélien.

A campanha também sofreu grandes alterações. Mais ainda, convencer os eleitores a ir votar em tempo de pandemia, parece ser uma tarefa muito mais difícil. Os candidatos tiveram que se adaptar.

"Estamos aqui mas não estamos a distribuir panfletos", diz Pierre-Yves Roussel,  militante da lista "Saint-Genis verte, solidaire et citoyenne".

Marylène Millet, líder da "Aimer Saint-Genis" explica que "estabelecemos contacto de uma forma muito diferente, em pequenos grupos, gestos de barreira, máscaras".

“Reuniões públicas apenas são autorizadas com um número muito reduzido de pessoas, por isso os candidatos preferiram as redes sociais ou os panfletos para encorajar as pessoas a irem votar, algo fundamental. Na primeira ronda a participação foi a menor de sempre", refere Guillaume Petit, jornalista da Euronews.

Nada de reuniões mas muitos diretos no Facebook. Os candidatos deram um foco importante nas redes sociais para manterem contacto com os eleitores e também para dar vitalidade ao processo ensombrado pela pandemia. Mas mesmo o digital tem limites.

Roland Crimier, presidente da câmara de Saint-Genis-Laval sublinha que "se sente a falta do contacto, não se podem ver os sorrisos, as expressões de agrado ou desagrado. Por isso, sim, o digital dá para para comunicar com as pessoas em casa mas não substitui o contacto direto, os "meetings" e as visitas aos bairros".

A campanha eleitoral foi criticada depois do governo ter decidido seguir adiante com a primeira volta quando já estava ao corrente da tragédia da Covid-19. Mas os abstencionisas não foram apenas os mais idosos ou vulneráveis, a juventude também demonstrou desprezo pelo voto.

A segunda volta eleitoral está marcada para este domingo.

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