"Ficou provado que é tudo mentira", disse Sócrates à saída do tribunal

José Sócrates vai a julgamento por branqueamento de capitais e falsificação de documentos e arrisca 10 anos de prisão, mas o ex-primeiro-ministro português fica livre da acusação mais pesada, a de corrupção. Na audiência desta sexta-feira, no âmbito da chamada "Operação Marquês", o juiz Ivo Rosa deitou por terra várias teses do Ministério Público e decidiu não pronunciar Sócrates e o alegado cúmplice Carlos Santos Silva por vários crimes de que eram acusados.
Para o ex-chefe de governo, esta decisão demonstra que as acusações de que é alvo e o levaram a ficar em prisão preventiva são falsas: "Todas as grandes mentiras contadas aos portugueses durante sete anos, razão pela qual me prenderam e difamaram, são falsas. Isso foi hoje aqui provado. O juiz percorreu com detalhe todas as acusações, incluindo a suposta fortuna escondida: Isso é falso", disse o ex-governante aos jornalistas à saída do tribunal.
No entanto, a decisão não inocenta completamente o ex-primeiro-ministro. No que toca à corrupção passiva, o juiz diz que, mesmo sem demonstração de ato concreto, haveria matéria para levar Sócrates e Santos Silva a julgamento, mas os crimes prescreveram. José Sócrates foi líder do Partido Socialista e primeiro-ministro de Portugal entre 2005 e 2011.