Novos episódios nas tensões fronteiriças entre os dois países, em redor da crise migratória.
As tensões na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia conheceram novos episódios esta terça-feira. O governo polaco divulgou um vídeo em que se vê uma concentração de militares bielorrussos na fronteira, depois da pressão da Polónia e dos outros países membros da União Europeia, que acusam as autoridades de Minsk de estarem a ajudar os migrantes a passar para o lado polaco, como retaliação pelas sanções europeias ao regime de Alexander Lukashenko.
Aumenta a concentração de militares polacos na fronteira, que receberam pessoalmente o encorajamento do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki.
A Rússia, aliada do regime de Lukashenko, diz que a culpa é dos países da UE: "A principal responsabilidade por resolver a crise dos migrantes é de quem criou as condições para que essa crise acontecesse. O outro argumento é que não podemos ter dois pesos e duas medidas, ou seja, ter pontos de vista diferentes em relação ao que fez a Itália e ao que está a fazer a Polónia", disse o chefe da diplomacia de Moscovo, Serguei Lavrov, fazendo alusão à diferença de tratamento em relação à atitude polaca e ao que foi a atitude do ex-ministro italiano Matteo Salvini ao recusar a entrada de navios com migrantes nos portos italianos.
Os migrantes, em muitos casos provenientes de países em situações difíceis, como a Síria ou o Afeganistão, tentam como podem forçar as defesas polacas e só têm uma coisa em mente: Entrar na Alemanha: "Não queremos ir para a Polónia, queremos ir para a Alemanha. Toda a gente aqui: Os homens, as mulheres e as crianças", diz um dos muitos homens presentes no local.
Os episódios de tensão repetem-se há vários dias, depois de já ter acontecido uma situação semelhante na fronteira entre a Bielorrússia e a Lituânia. A Polónia acusou os bielorrussos de terem disparado very-lights contra as tropas polacas, alegações negadas por Minsk.