Matérias-primas que custam florestas cortadas pela União Europeia

Matérias-primas que custam florestas cortadas pela União Europeia
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De  Bruno Sousa
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União Europeia aprova proposta que impede a importação de matérias-primas produzidas à custa de território florestal mesmo que estas sejam legais no país de origem

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A União Europeia deu um passo de gigante no combate à desflorestação ao aprovar uma proposta no sentido de travar a importação de matérias-primas produzidas em territórios florestais. Quer isto dizer que quando o regulamento entrar em vigor, os produtores estão obrigados a provar que não contribuíram para a degradação de floresta antes de poderem negociar os produtos em território europeu.

Para Bruxelas, o motivo é óbvio. Frans Timmermans explica que "a procura europeia por matérias-primas como óleo de palma, soja, madeira, carne, cacau e café é determinante para a desflorestação e cada vez mais cidadãos querem que coloquemos um ponto final nisto".

Entre 1990 e o ano passado perdemos 420 milhões de hectares de floresta, uma superfície maior do que a UE
Frans Timmermans
Vice-Presidente da Comissão Europeia

A medida aplica-se mesmo que a desflorestação seja legal no país de origem. Para o Comissário Europeu para o Ambiente, Oceanos e Pescas, Virginijus Sinkevičius, "esta proposta é revolucionária. Podemos dizer com orgulho que fomos mais longe que nunca, a proposta tem como alvo não só a desflorestação ilegal mas toda a desflorestação motivada pela expansão agrícola."

A União Europeia mostra estar disposta a ir bem além do estabelecido na COP 26 e o Pacto Ecológico aprovado também limita a exportação de resíduos para países terceiros, promovendo a sua reutilização dentro das fronteiras europeias.

Apesar de saudada, a medida não deixou de ser alvo de algumas críticas com os ambientalistas a apontarem a ausência da borracha do lote de matérias-primas e a ausência de qualquer menção a outros ecossistemas ameaçados, como a savana ou a turfa.

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