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"Temos de manter o apoio à Ucrânia e também a pressão sobre a Rússia"

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De Isabel Marques da Silva
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Jessika Roswall, a ministra dos Assuntos Europeus da Suécia, antecipa no "The Global Conversation" as prioridades da presidência sueca do Conselho da União Europeia

A partir de janeiro, a Suécia assume a presidência da União Europeia. A última vez que isto aconteceu foi em 2009 e muito mudou na dinâmica da União Europeia e no mundo.

Para debater as propostas para os próximos seis meses, a nossa convidada em The Global Conversation é a Ministra dos Assuntos Europeus da Suécia, Jessika Roswall.

Euronews: A União Europeia tem sido atingida por diversas contrariedades nos últimos anos, mas a invasão russa da Ucrânia criou uma complexa rede de problemas. Qual vai ser a abordagem da presidência sueca e quais são as medidas concretas e as ações previstas em relação à Ucrânia?

Jessika Roswall, ministra dos Assuntos Europeus da Suécia: Para a presidência sueca, a prioridade vai ser manter a união e o apoio à Ucrânia com todo o tipo de medidas. Em concreto, de forma económica, militar, humanitária e também política para ajudar os ucranianos a ultrapassar estes tempos difíceis. E, claro, temos de manter as sanções e tudo o resto contra a Rússia.

Será a União Europeia capaz de ter, tão breve quanto possível, esses recursos para manter a ajuda militar e o financiamento para a reconstrução?
Temos de ser capazes porque os ucranianos não estão apenas a lutar pela respetiva liberdade. Eles estão também a lutar pela nossa liberdade.

Segurança e união. Disse que estas são questões importantes para a presidência sueca e o primeiro-ministro, Ulf Kristersson, mencionou-as várias vezes. Para quando prevê a entrada da Suécia e da Finlândia na NATO, sobretudo considerando os obstáculos colocados pela Turquia?
Não tenho uma resposta para isso, mas tão cedo quanto possível é a nossa esperança. Como é óbvio, estamos a trabalhar em colaboração estreia com a Finlândia porque é uma questão de segurança para ambos os países. Mas também penso que a guerra na Ucrânia mostra que a segurança da Europa depende de nos mantermos unidos e nós temos de manter a união na Europa.

A União Europeia está a sancionar a Rússia. Há um novo pacote a caminho. Até onde pode ir a Suécia com esta estratégia, atendendo os próprios interesses europeus e os objetivos de apoio à Ucrânia?
Em relação à Rússia, penso que a União Europeia mostrou uma grande união ao avançar com estes pacotes de sanções e, agora, estamos a discutir o nono pacote. É importante aplica-lo e continuar nesse caminho, leve o tempo que levar. Temos de continuar neste caminho das sanções e noutros tipos de pressão possíveis. Estamos a ver também uma alta inflação. Enfrentamos diversas crises em paralelo, na União Europeia e por todo o mundo. Mas temos de manter o apoio à Ucrânia e também a pressão sobre a Rússia.

Qual é o preço que os cidadãos da União Europeia estão dispostos a pagar, considerando os muitos problemas económicos de que reclamam, muitas vezes através de greves ou protestos?
Todos os nossos governos, em todos os Estados-membros, estão a debater-se para ajudar as famílias e também as empresas a enfrentar este inverno. E também a prepararem-se para o próximo inverno. Irá ser de grande importância para a presidência sueca, como é óbvio, tratar destes problemas. Por isso, penso que temos de fazer muitas coisas, incluindo a nível nacional. Temos de trabalhar também a nível local e não apenas europeu.

Existe agora um debate sobre a fixação de preços e aquisições conjuntas. O que considera ser a forma mais fácil de se conseguir um consenso em termos de uma cadeia de fornecimento energético mais económica? Sabemos, por exemplo, que a Suécia está muito inclinada para o nuclear, mas não é assim em todos os parceiros europeus.
A energia, para mim, é algo muito ligado à transição verde, que é outra prioridade da Suécia. Penso que precisamos de falar de energia em conjunto com a transição verde, mas também temos de ter em mente que a energia está ligada à segurança. Por isso, temos estas duas pernas em que nos apoiamos quando falamos de energia.

O pacto verde é o pilar de suporte para um futuro sustentável. Mas, no quadro da atual crise, quão ambiciosa pode ser a União Europeia? Poderá bloco competir com os enormes investimentos na transição energética como os dos Estados Unidos ou da China?

A União Europeia está a investir muito dinheiro e esforço na transição verde e penso que as nossas indústrias estão muito bem e na vanguarda. Vejo muito isso na Suécia. Acho que podemos combinar a transição verde com competitividade e inovação, mas também temos muitas medidas diferentes dentro da União Europeia como o Fundo de Recuperação e o RePowerEU, que podem de facto ajudar. As pessoas e as empresas têm de fazer esta transição e eu estou confiante de que a podemos fazer.

Falemos então de asilo e migrantes. A sua coligação de governo tem o apoio de um partido da extrema-direita, que, tal como em muitos outros países, defende um género de ‘fortaleza europeia’. Quais são as vossas propostas, respeitando os direitos humanos, para a gestão das fronteiras e do processamento das pessoas que pretendem entrar na União Europeia?
Penso que a maior parte dos partidos na Suécia concordam que precisamos de ter em prática o Novo Pacto europeu para a Migração e Asilo. Para a presidência europeia é importante avançar nas negociações. É um pacto difícil porque há muitos Estados-membros com opiniões diferentes e , por isso, vai ser uma negociação difícil. Mas temos de a ter e a nossa ambição é avançar em muitas destas diversas leis que temos de combinar no pacto da migração.

Passemos ao Estado de Direito. Apesar do novo compromisso alcançado esta semana, a Hungria ainda tem alguns fundos europeus congelados até que implemente as necessárias reformas judiciais e anticorrupção. Será esta uma boa estratégia para termos a Hungria, assim como outros países, de volta ao estilo de governação liberal democrático?
Para mim, os valores europeus e o Estado de Direito são da maior importância. Estes são os valores fundamentais de que precisamos. Essa é a razão pela qual somos uma união atrativa para pessoas de outros países. Por isso, temos de os defender todos os dias. Durante a presidência sueca, e em todas as presidências, temos de os defender. Temos diversas ferramentas à disposição e agora vemos que uma delas, o Mecanismo de Condicionalidade, foi efetivamente aplicado e isso é um bom sinal. Penso ser a melhor forma de agir e devemos continuar a usar as diversas ferramentas à disposição na União Europeia.

Nesse sentido, é da opinião que a Comissão Europeia está a fazer um bom trabalho ao aplicar este mecanismo como a ferramenta principal para impor o respeito pelo Estado de Direito dentro das fronteiras europeias?
Sim, acho que podemos ver como é possível usarmos estas ferramentas que temos à disposição.

Última pergunta: O que pensa do escândalo de corrupção envolvendo o Parlamento Europeu? Será este um caso isolado ou talvez a ponta de um icebergue em relação a outras instituições da União Europeia?
Não posso responder a isso. É uma acusação grave, mas precisamos de esperar pela investigação. Temos sempre de debater a corrupção e como podemos trabalhar contra ela

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