Cerca de 300 alunas desafiaram proibição indo à escola com túnica muçulmana proibida pelo governo em agosto
O Conselho de Estado, máxima instância judicial administrativa em França, começou a estudar o pedido para suspender a lei que proíbe o uso da "abaya", ao mesmo tempo que estudantes que usam a túnica muçulmana desafiam a legislação no início do ano escolar.
Num liceu de Lyon, uma estudante vestida com a "abaya" diz: "É um vestido tradicional, que todas as raparigas usam, com véu ou sem véu, por isso é um problema... Somos forçadas a adaptar-nos!"
A irmã acrescenta: "Tornou-se moda no Médio Oriente, é só isso. A 'abaya' é uma vestimenta e, quando a usamos, vê-mo-nos como uma princesa, como as mulheres do Médio Oriente. Francamente, nem sequer é uma vestimenta religiosa."
Outra estudante afirma: "Penso que é uma roupa como qualquer outra.. Podemos usar um vestido comprido... A mim não me incomoda e penso que há muitas pessoas a quem também não incomoda."
De acordo com o ministério francês da Educação, 300 alunas marcaram presença esta segunda-feira nas escolas vestidas com a "abaya", apesar da proibição decretada pelo governo em agosto.
Jérome Bourne Branchu, diretor académico dos serviços de educação nacional do Rhône: "No que diz respeito à autoridade educativa de Lyon, começámos a trabalhar em junho para informar famílias acerca do caráter laico da escola e das suas implicações, em particular em termos de símbolos ostensivos."
O pedido para suspender a lei foi apresentado pela associação Ação dos Direitos dos Muçulmanos. O Conselho de Estado tem entre 48 horas e um mês para se pronunciar.