A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente alerta para um "ponto de rutura" nas suas atividades
A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente (UNRWA, na sigla em inglês) alerta para um "ponto de ruptura" nas suas atividades. O chefe da agência, Philippe Lazzarini, disse que todas as reservas vão esgotar-se em março e que muitos colegas da agência já cessaram as atividades no norte de Gaza.
A agência sofreu um duro rombo no financiamento internacional. Após o escândalo sobre as alegações de que vários trabalhadores da UNRWA ajudaram o Hamas a preparar os ataques de 7 de outubro, a UNRWA perdeu cerca de 450 milhões de dólares (415 milhões de euros) em fundos.
Várias organizações humanitárias têm alertado para o perigo imediato de fome e doença enquanto as operações terrestres e ataques aéreos israelitas se mantiverem. Na sexta-feira, pelo menos 25 pessoas foram mortas em Deir al-Balah, no centro de Gaza.
Vários países apresentaram acusações contra Israel através do Tribunal Penal Internacional (TPI).
Na sexta-feira, Jeremy Laurence, porta-voz do Gabinete do Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, afirmou que todas as partes envolvidas no conflito do Médio Oriente devem ser responsabilizadas em julgamentos justos sobre "uma ampla gama" de violações de direitos humanos.
Mas nada parece influenciar o atual curso das operações israelitas. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu anunciou na sexta-feira a sua visão para uma estrutura política pós-guerra em Gaza, que os partidos palestinianos já rejeitaram.
Os EUA não recusaram diretamente, mas deixaram patente o seu desacordo perante a proposta de Netanyahu. O governo de Biden pretende um Estado palestiniano, enquanto o plano de Netanyahu descarta totalmente essa hipótese no curto ou médio prazo.