Conservadores moderados do PPE serão grupo político mais votado. Socialistas ficarão em segundo e liberais do Renew em terceiro com perda de, pelo menos, 20 lugares. Extrema-direita dispara, mas fica sem controlo do hemiciclo.
Os cidadãos dos 27 começaram a votar nas eleições europeias mais controversas da história do bloco comunitário. As urnas estão abertas em toda a União até 9 de junho. Os conservadores moderados do PPE serão os mais votados, prevê a supersondagem Euronews de 4 de junho nos 27 países.
Os socialistas deverão manter-se como a segunda família política em Bruxelas e Estrasburgo. Em terceiro lugar, aparecem os liberais do Renew, que perderão pelo menos 20 lugares. Apesar do seu forte crescimento, a extrema-direita não dominará o parlamento.
"A grande maioria dos eurodeputados que vão para Bruxelas, depois das eleições deste fim de semana, continuará a ser fortemente pró-europeia. Mesmo as delegações do ECR [Conservadores e Reformistas], até certo ponto, não questionarão a essência absoluta da União Europeia", afirma Tomasz Kaniecki, analista da supersondagem Euronews.
O PPE na Alemanha deverá obter uma grande votação, acima dos 30%. Em segundo lugar, surge a AfD, de extrema-direita, que registou um leve abrandamento nas intenções de voto. Na terceira posição estão os sociais-democratas no poder (SPD), que recuperaram na última parte da campanha.
Numa leitura das projeções pan-europeias, as forças moderadas prevalecem sobre o voto de protesto. No entanto, país a país, há um crecimento substancial da extrema-direita, desde logo em França.
O Rassemblement National de Marine Le Pen, membro do Identidade e Democracia, vai ganhar com grande vantagem, aproveitando o descontentamento social dos franceses. Os liberais do presidente francês Emmanuel Macron terão uma pesada derrota eleitoral, devendo ficar a mais de 15% da direita radical.
A questão ucraniana, com o debate sobre a guerra e paz, vai tornar-se o tema mais importante da próxima legislatura da União Europeia. As forças políticas do Parlamento serão chamadas a ultrapassar as suas divisões para enfrentar um desafio geopolítico de fortes repercussões.
Em Itália, a direita conservadora da primeira-ministra Giorgia Meloni vai ter um triunfo expressivo. O seu partido, o Irmãos de Itália, é membro do ECR, que é visto mais como um aliado do PPE.
"O grupo dos Conservadores e Reformistas (ECR) é considerado um potencial apoio às forças moderadas, mais do que o grupo Identidade e Democracia", nota Steven Van Hecke, professor de Política Europeia na KU Leuven.
"Por isso, prefiro ver o PPE a juntar-se ao ECR na negociação de acordos com os sociais-democratas e os liberais, do que estes dois a fazerem acordos com o Identidade e Democracia.", acrescenta.
Depois da Alemanha, a Espanha é o outro reduto do PPE na União Europeia. Os conservadores moderados do PP deverão ganhar as eleições. No entanto, os socialistas do primeiro-ministro Sánchez estão no encalço dos populares. Os dois partidos estão ainda muito próximos e pode haver inversão de posições no dia das eleições.
No entanto, os eleitores da União vão claramente deslocar o centro do poder para a direita, repercutindo nas instituições europeias a realidade política a nível nacional.
Este é o cenário na Polónia, onde, segundo as sondagens, o centro-esquerda e a esquerda são quase inexistentes. O confronto de gigantes no sufrágio polaco será entre a coligação do primeiro-ministro Donald Tusk, membro do PPE, e os ultraconservadores do PiS, membros do ECR e que poderão ganhar as eleições.
As forças conservadoras nacionais do ECR poderão ser forçadas, devido às circunstâncias, a cooperar com os partidos pró-União Europeia. A nomeação do próximo presidente da Comissão Europeia será o primeiro teste real.
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