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Embaixador israelita em Lisboa diz que é "uma vergonha" falar de genocídio em Gaza

Palestinianos choram vítima dos bombardeamentos israelitas em Gaza
Palestinianos choram vítima dos bombardeamentos israelitas em Gaza Direitos de autor  Abdel Kareem Hana/AP
Direitos de autor Abdel Kareem Hana/AP
De Ricardo Figueira com AP
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Oren Rozenblat deu uma entrevista à Rádio Renascença, na qual defendeu a posição de Benjamin Netanyahu e atacou os governos ocidentais que acusam Israel de estar a praticar um genocídio na Faixa de Gaza.

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O embaixador de Israel em Lisboa diz que é uma "vergonha" falar de genocídio na Faixa de Gaza e nega que o seu país esteja a matar à fome a população do território.

Oren Rozenblat deu uma entrevista à Rádio Renascença, em que garante que a ajuda humanitária que Israel deixa entrar em Gaza é suficiente para suprir as necessidades: "Nós temos muita empatia, especialmente face às pessoas pobres em Gaza, àquelas que não têm ligação como o Hamas", disse o embaixador. "A situação deles é grave, mas nós acompanhamos a situação em Gaza, sabemos exatamente a quantidade de comida que há no território e, por isso, na semana passada, permitimos a entrada da ajuda humanitária".

Um relatório da ONU de abril dizia que nove em cada dez habitantes da Faixa de Gaza estavam afetados pela fome.

Espanha é, até agora, o país da União Europeia que mais tem atacado Israel pela ofensiva em Gaza, com o primeiro-ministro Pedro Sánchez a qualificar o país como "Estado genocida" e a suspender todo o comércio de armas com Israel. Antes, o presidente brasileiro Lula da Silva tinha também usado a palavra "genocídio" em relação à morte de dezenas de milhares de palestinianos às mãos do exército Israelita na Faixa de Gaza. Palavras que o embaixador israelita não só refuta, como considera "uma vergonha": "Foi o Hamas a iniciar esta guerra, no dia 7 de outubro de 2023, quando assassinou 1200 israelitas, violou mulheres e queimou famílias. O Hamas iniciou esta guerra e o Hamas pode terminar esta guerra, se libertar os reféns, incluindo os reféns portugueses, e se desmilitarizar", disse o embaixador, que frisou: "a guerra pode terminar hoje". Rozenblat disse ainda que Eé uma vergonha o mundo ocidental, depois do dia 7 de outubro, não apoiar 100% o Estado de Israel".

Acordo proposto pelos EUA é "agridoce"

Quanto ao acordo de cessar-fogo proposto pela administração Trump, Oren Rozenblat considera que é um acordo "agridoce", pois prevê a libertação de apenas 10 dos 58 reféns israelitas que permanecem nas mãos do Hamas, em troca de um cessar-fogo de 60 dias. O embaixador lamenta também o facto de, em troca da libertação de reféns, Israel ter de libertar militantes do Hamas, que classifica como "terroristas": "Para libertar todos os reféns, precisamos libertar terroristas. Temos grande experiência com isso e há receio de que estes terroristas venham a assassinar mais israelitas. Por exemplo, no passado (2011), libertámos 1.027 terroristas por um refém, Gilad Shalit, e sabemos hoje que muitos israelitas foram mortos por eles. Mataram seis israelitas. O líder do Hamas, Yahya Sinwar, também foi libertado e acabou por ser um dos cérebros do ataque do dia de 7 de outubro", frisa o diplomata.

Rozenblat frisa ainda que Israel não tem qualquer intenção de "controlar dois milhões de pessoas" na Faixa de Gaza e devem ser os palestinianos a governar a Palestina, mas isso só poderá acontecer quando o Hamas depuser as armas.

Os militantes do Hamas mataram cerca de 1200 pessoas, na maioria civis, e fizeram 251 reféns no ataque de 7 de outubro de 2023 contra Israel que desencadeou o atual conflito. Ainda mantêm 58 reféns, um terço dos quais se acredita estarem vivos, depois de a maioria dos restantes ter sido libertada no âmbito de acordos de cessar-fogo ou outros acordos.

A campanha militar de Israel matou mais de 54.000 palestinianos, na maioria mulheres e crianças, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, que não indica quantos dos mortos eram civis ou combatentes. O ministério é dirigido por profissionais da área médica, mas responde perante o governo do Hamas. As agências das Nações Unidas e os peritos independentes consideram que o número de mortos é fiável, embora Israel tenha contestado estes números.

Israel afirma ter matado cerca de 20.000 militantes, sem apresentar provas. Cerca de 860 soldados israelitas foram mortos desde o ataque de 7 de outubro, incluindo mais de 400 durante os combates dentro da Faixa de Gaza.

Outras fontes • Rádio Renascença

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