A Guerra na Ucrânia e o apoio financeiro para a recuperação e reconstrução do país foi um dos temas discutidos ao início da tarde de quinta-feira.
A cimeira do G7, grupo de países mais ricos do mundo, começou na quinta-feira, em Itália, e a Guerra na Ucrânia foi um dos temas principais do dia.
A utilização dos lucros dos ativos congelados russos como fundo de apoio à Ucrânia foi um dos temas em cima da mesa e os líderes concordaram em utlizá-los num empréstimo de 46 mil milhões de euros.
Os pormenores do acordo ainda estão a ser finalizados, mas a previsão é que Kiev receba os fundos antes do final do ano.
Giorgia Meloni, anfitriã do encontro, lembrou na cerimónia de abertura que "o G7 não é uma fortaleza fechada em si mesma, que tem de se defender de alguém, mas sim uma oferta ao mundo de valores que podem ser partilhados."
Como é que o dinheiro pode ser utilizado?
A última avaliação do Banco Mundial sobre a Ucrânia, publicada em fevereiro, estima que o valor necessário para a reconstrução e recuperação do país seja superior a 450 mil milhões de euros, nos próximos 10 anos.
O Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Jake Sullivan, afirmou que o objetivo é "fornecer os recursos necessários à Ucrânia para a sua energia económica e outras necessidades, de modo a que seja capaz de ter a resiliência necessária para resistir à agressão contínua da Rússia".
Contudo, os EUA já afirmaram que não vão enviar tropas diretamente para a defesa da Ucrânia por receio de um conflito direto e, potencialmente nuclear, com a Rússia.
Dar ou não dar os ativos congelados à Ucrânia : a questão que dividiu opiniões
Os EUA e os seus aliados congelaram imediatamente todos os ativos do banco central russo a que tinham acesso quando Moscovo invadiu a Ucrânia em 2022. E durante mais de um ano, membros de vários países debateram a legalidade de confiscar o dinheiro e enviá-lo para a Ucrânia.
Os ativos estão imobilizados e não podem ser acedidos por Moscovo - mas continuam a pertencer à Rússia, apesar de os líderes políticos terem tomado a decisão de movimentarem esse valor, os pormenores técnicos e jurídicos do acordo ainda têm de ser resolvidos.
Se os ativos russos forem descongelados no futuro, os lucros execionais deixarão de estar disponíveis para reembolsar o empréstimo, o que implicará a necessidade de um acordo de partilha de encargos com outros países.
Max Bergmann, diretor do Programa Europa, Rússia e Eurásia do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, disse na semana passada que havia preocupações entre os ministros das finanças europeus que os seus países "fiquem pendurados se a Ucrânia não cumprir."
Além da guerra na Ucrânia e no Médio Oriente, fazem parte dos temas discutidos as alterações climáticas e impacto em África; Migrações; Indo-Pacífico e segurança económica, bem como a inteligência artificial e energia.
De relembrar que à "mesa dos grandes", neste primeiro dia de Cimeira, estiveram Charles Michel (presidente do Conselho Europeu), Olaf Scholz (chanceler alemão), Justin Trudeau (primeiro-ministro do Canadá), Emmanuel Macron (presidente francês), Giorgia Meloni (primeira-ministra italiana), Joe Biden (presidente dos EUA), Fumio Kishida (primeiro-ministro japonês), Rishi Sunak (primeiro-ministro britânico e, finalmente, Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia.