Expulsão tinha sido pedida pelo líder do grupo partidário do Parlamento Europeu, perante uma série de escândalos recentes com políticos do partido alemão.
O partido de extrema-direita Alternativa para a Alemanha foi expulso do grupo político Identidade e Democracia (ID) do Parlamento Europeu, na sequência de uma série de escândalos a envolverem políticos do partido nos últimos meses.
Segundo a imprensa alemã, a AfD, na sigla original, planeava expulsar Maximillian Krah, um dos seus membros mais controversos, para evitar a expulsão do grupo partidário europeu, que agora se confirmou.
Os porta-vozes da AfD, Alice Weidel e Tino Chrupalla, disseram que o partido "tomou nota" da decisão do grupo Identidade e Democracia, mas estão "otimistas" quanto à eleição para o Parlamento Europeu. "A AfD vai, é claro, esforçar-se para garantir um grupo forte no Parlamento Europeu com uma delegação maior", disseram.
"Para ter impacto político em Bruxelas, é essencial a cooperação com partidos relacionados. Estamos, portanto, confiantes de que teremos parceiros confiáveis ao nosso lado no novo período legislativo."
Ontem, a AfD proibiu Krah, o seu principal candidato às eleições europeias, de fazer campanha nas próximas eleições europeias. O candidato demitiu-se da liderança da AfD na sequência de pressões internas.
Krah foi recentemente alvo de reações negativas depois de ter dito a um jornal italiano que nem todos os membros da unidade de elite nazi SS, que esteve envolvida em graves crimes de guerra durante a Segunda Guerra Mundial, eram criminosos de guerra.
Krah respondeu escrevendo no X, antigo Twitter, que as "declarações reais e diferenciadas" estavam a ser "mal utilizadas" para prejudicar o partido que, neste momento, precisava de "unidade".
"Por esta razão, vou abster-me de fazer qualquer outro evento de campanha com efeito imediato e demitir-me como membro da direção federal", afirmou.
Assistente detido no mês passado
O eurodeputado de 47 anos já se encontrava em maus lençóis depois de as autoridades de Bruxelas terem efectuado buscas nos seus escritórios do Parlamento Europeu relacionadas com a detenção de um assessor.
O escândalo surge numa altura inconveniente para o partido, uma vez que a AfD esperava obter grandes ganhos nas eleições europeias de junho.
A imprensa alemã alega que Krah tinha ligações à China e à Rússia. O seu colega, Petr Bystron, da AfD, negou no mês passado, em separado, as alegações de um diário checo de que poderia ter recebido dinheiro de uma rede pró-russa.
A direção do partido afirmou recentemente que houve "danos maciços ao partido na atual campanha eleitoral, para os quais o candidato principal forneceu o pretexto".
Candidato dos Verdes critica presença da extrema-direita na UE
Terry Reintke, candidata à liderança dos Verdes Europeus, disse esta quinta-feira aos jornalistas no Parlamento Europeu, em Bruxelas, que os "extremistas" de direita, especialmente a AfD, são o "braço estendido de Putin na União Europeia".
É um "grande risco para a União Europeia", afirmou Reintke.
"Estamos cientes de que a extrema-direita não só quer destruir a União Europeia, como também a nossa democracia. É por isso que não vamos construir maiorias com eles e vamos tentar tudo o que pudermos para que a presença da extrema-direita no próximo Parlamento Europeu seja o mais fraca possível", acrescentou.