Segundo o governo grego, a iniciativa pretende aumentar a produtividade das empresas e acabar com as horas extraordinárias não pagas, e o trabalho não declarado.
Os sindicatos dos trabalhadores organizaram um protesto em Atenas contra a nova lei grega relativa à semana de trabalho de seis dias.
Esta legislação aplica-se ao setor público, aos serviços de utilidade pública, aos bancos e a algumas empresas privadas que prestam serviços 24 horas por dia, 7 dias por semana, ou que enfrentam “uma carga extraordinária” de trabalho.
De acordo com o governo grego, esta iniciativa visa aumentar a produtividade e resolver os problemas das horas extraordinárias não pagas e do trabalho não declarado. Os sindicatos argumentam, no entanto, que a nova lei põe termo à tradicional semana de trabalho de cinco dias e faz retroceder os direitos conquistados pelos gregos.
Grécia contraria tendência do resto da europa
Muitos países europeus estão já a experimentar a semana de trabalho de quatro dias. Na Bélgica, por exemplo, os trabalhadores obtiveram o direito de trabalhar uma semana inteira em quatro dias, em vez dos habituais cinco, sem receberem um salário inferior no final do mês.
No Reino Unido, uma das experiências pioneiras - que envolveu 61 empresas e pouco menos de 2.900 trabalhadores -, que trabalharam 34 horas por semana durante quatro dias entre junho e dezembro de 2022, foi um sucesso: os trabalhadores usufruíram de um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, enquanto as empresas não registaram qualquer queda na produtividade.
Também 95% das cerca de quatro dezenas de empresas que aderiram ao "Projeto-Piloto Semana de Quatro Dias" em Portugal avaliam positivamente a experiência, que teve início em junho de 2023 e que decorreu durante seis meses.
A nova lei grega entra em vigor após o país ter registado um crescimento do PIB de 2% no ano passado, contrariando a estagnação europeia.
De acordo com os dados do Eurostat relativos ao ano passado, a Grécia foi o país com o maior número de horas trabalhadas por semana, 39,8 em média. Já o salário mínimo no país é de 830 euros brutos e um grande número de cidadãos enfretam dificuldades económicas.