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Fratelli d'Italia enfrentam teste no Parlamento Europeu

A votação de hoje dará uma resposta à questão pendente de saber se o cordão sanitário se aplica aos Irmãos de Itália.
A votação de hoje dará uma resposta à questão pendente de saber se o cordão sanitário se aplica aos Irmãos de Itália. Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
Direitos de autor Virginia Mayo/Copyright 2022 The AP. All rights reserved
De  Gerardo Fortuna
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Artigo publicado originalmente em inglês

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, vai saber hoje se os deputados do seu partido estão impedidos de obter lugares de alto nível no Parlamento Europeu por grupos políticos pró-UE.

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A recém-eleita eurodeputada dos Fratelli D'Italia, Antonella Sberna, vai candidatar-se à vice-presidência do Parlamento Europeu. A votação terá lugar, esta tarde, em Estrasburgo. Sberna, antiga funcionária do Parlamento italiano, estagiou no Parlamento Europeu em 2005 com o Grupo do Partido Popular Europeu (PPE).

É a primeira vez que o principal partido no poder em Itália procura um lugar de topo no Parlamento. No passado, isto foi estrategicamente evitado para fugir ao chamado "cordão sanitário", prática através da qual os grupos centristas pró-europeus se unem para impedir que a extrema-direita ocupe lugares de topo na instituição. Esta prática tem excluído os legisladores de partidos como o Rassemblement National de Marine Le Pen, o Fidesz de Viktor Orbán e o Liga de Matteo Salvini, dos cargos de poder no parlamento.

Dentro do grupo conservador (ECR), apenas o Lei e Justiça (PiS) da Polónia foi sujeito ao cordão sanitário, enquanto outras delegações, como o NVA da Bélgica, a Aliança Nacional da Letónia, ou o Vox de Espanha, antigo membro do grupo, viram alguns dos seus eurodeputados serem eleitos para cargos de responsabilidade.

A votação, de hoje, dará uma resposta à questão sobre se o cordão sanitário se aplica aos Fratelli d'Italia. Se a candidatura de Sberna for bem sucedida, isso significará que o partido de Meloni está autorizado a participar na partilha do poder; se não o fizer, isso comprometerá a cooperação do partido com as famílias políticas que governam a UE.

Giorgia Meloni já lamentou anteriormente a sua exclusão e a falta de consulta noutras corridas a cargos de topo, que no mês passado levaram à nomeação dos próximos presidentes do executivo da UE e do Conselho Europeu, bem como do chefe dos negócios estrangeiros da UE.

A Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que tem estado a reunir-se com os eurodeputados numa tentativa de angariar apoio antes da votação de confirmação da sua reeleição, na quinta-feira, tem afirmado repetidamente que não se envolverá numa "cooperação estrutural" com o grupo de direita ECR. A promessa foi feita numa reunião, ontem, com o grupo A Esquerda, e com os liberais, na semana passada. No entanto, o que isso significa em termos de conteúdo não é claro.

As tentativas do ECR para estabelecer pontes com o grupo de centro-direita do PPE já começaram. E, as conversações informais levaram à troca da presidência de duas comissões parlamentares. Os conservadores procuraram inicialmente obter a presidência da Comissão das Liberdades Cívicas, da Justiça e dos Assuntos Internos (LIBE), na primeira distribuição de lugares de topo do Parlamento, mas os deputados socialistas e liberais opuseram-se.

O PPE veio então em auxílio do ECR, concordando em transferir a presidência da comissão parlamentar da Agricultura (AGRI), menos controversa mas igualmente poderosa, para os conservadores.

O PE apoia a reeleição de Roberta Metsola para a presidência do Parlamento Europeu. "A candidata é capaz de construir pontes e encontrar um terreno comum entre os campos políticos", afirmou, em Estrasbrurgo, Nicola Procaccini, presidente do grupo ECR e a figura mais proeminente dos Fratelli d'Italia, que também elogiou o empenho de Metsola no diálogo, no equilíbrio e no compromisso.

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