O acesso ao Palácio Presidencial está bloqueado desde esta manhã por membros da Guarda Presidencial. O exército e a guarda nacional estão prontos para atacar.
O presidente do Níger disse esta quarta-feira que elementos da guarda presidencial tentaram avançar contra ele e que o exército irá atacar se não recuarem.
Segundo as informações avançadas na conta do Twitter do Presidente Mohamed Bazoum, alguns elementos da guarda presidencial envolveram-se numa "manifestação antirrepublicana" e tentaram em vão obter o apoio das outras forças de segurança.
Na mesma mensagem, Bazoum assegura que ele e a sua família estão bem, mas o exército e a guarda nacional estavam prontos para atacar se os envolvidos não mudassem de ideias.
Não se sabe ao certo o que desencadeou as tensões. O acesso ao Palácio Presidencial, em Niamey, está bloqueado desde esta manhã por membros da Guarda Presidencial. Também as ruas em redor do palácio e alguns ministérios foram bloqueados.
As informações que chegam do terreno são contraditórias, alguns relatos sugerem que o Presidente foi detido por soldados depois das conversações para resolver a situação terem falhado.
Mohamed Bazoum foi eleito Presidente há dois anos, na primeira transferência pacífica e democrática de poder desde a independência do país de França, em 1960.
A ex-colónia francesa foi palco de quatro tentativas de golpe de estado. O último em fevereiro de 2010, derrubou o Presidente Mamadou Tandja.
União Africana condena tentativa de golpe de estado no Níger
O presidente da Comissão da União Africana escreveu nas redes sociais que condena a situação no Níger e o “interesse de certos militares em minar a estabilidade das instituições democráticas e republicanas, o que se assemelha a uma tentativa de golpe de estado” .
"Apelo ao povo do Níger e a todos os seus irmãos em África, em particular os da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e ao mundo, para que unam as suas vozes numa condenação unânime desta tentativa e para a imediato e incondicional apoio dos militares traidores aos seus quartéis", acrescentou Moussa Faki Mahamat.