Uma escola gerida pela ONU como abrigo de refugiados também foi atingida. Milhares de palestinianos procuram refúgio dos ataques israelitas, em hospitais e escolas.
Um bombardeamento atingiu o hospital Ahli Arab, na Faixa de Gaza, provocando mais de 200 mortos. O número foi avançado pelas autoridades locais, revendo em baixa o primeiro balanço de meio milhar de fatalidades, adiantado pouco depois do ataque, mas o número tem vindo a ser agravado por diversas fontes.
É de esperar no entanto que o número de óbitos se agrave porque, de acordo com o ministério da Saúde de Gaza, existem centenas de pessoas debaixo dos escombros.
O último balanço aponta para pelo menos 471 mortos.
"Entre 200 e 300 pessoas morreram num bombardeamento que atingiu a zona do hospital Ahli Arab. Centenas de vítimas estão sob os escombros", adiantava de início a France Press, citando um comunicado do mesmo Ministério da Saúde do território palestiniano controlado pelo Hamas.
O portal Ahram citava uma fonte do Hamas que apontava para pelo menos 600 mortos no Ahli Arab e acusava Israel pelo alegado "massacre" no hospital.
Israel dizia terça-feira ser muito cedo para comentar o alegado bombardeamento do hospital.
As Forças de Defesa israelitas (IDF) garantem ter investigado e acabaram por acusar o movimento Jiad Islâmica Palestiniana, outro grupo sediado em Gaza e considerado terrorista pela União Europeia, como autores do disparo falhado que acabaria no estacionamento do hospital Ahli Arab.
O Hamas pela voz de Ismail Hanyeh diz qu este ataque ao hospital marca "o ponto de inflexão no conflito com Israel".
O presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmoud Abbas, decretou "três dias de luto" pelas vítimas do ataque desta terça-feira ao hospital e interrompeu a deslocação à Jordânia, onde deveria reunir-se com Joe Biden esta quarta-feira. O encontro foi cancelado.
Na Cisjordânia, centenas de palestinianos manifestaram-se contra Abbas. Jornalistas da France Press no local deram conta de confrontos entre manifestantes e forças de segurança na Cisjordânia.
Em Israel, no centro do país, as sirenes de alerta para ataques aéreos fazem-se ouvir após o disparo de uma chuva de rockets a partir da Faixa de Gaza.
O governo de Benjamin Netanyahu emitiu uma recomendação para os israelitas evitarem viajar para a Turquia ou Marrocos devido ao perigo de ataques antissemitas.
Os que estiverem na Turquia devem sair de imediato, avisou o Conselho de Segurança israelita, elevando o nível de alerta para "4" para o território turco e "2" para Marrocos.
Entretanto multiplicam-se, nas capitais do mundo árabe, as manifestações frente a embaixadas israelitas ou de países que apoiam Israel.
Refúgios sob ataque
Os hospitais e as escolas geridas como abrigos pela ONU tinham-se tornado nos últimos dias também refúgio para milhares de palestinianos, que acreditavam estar aí a salvo dos bombardeamentos israelitas sobre a Faixa de Gaza.
Além do ataque ao hospital Ahli Arab, a ONU denunciou também um pouco antes o bombardeamento de uma escola que servia de abrigo a cerca de quatro mil palestinianos em al-Maghazi.
De acordo com as Nações Unidas, o ataque provocou pelo menos seis mortes.